No Vale do Paraíba, 84 agências em 26 cidades ficaram totalmente fechadas para atendimento
Entrada para uso de caixa-eletrônico em agência da Caixa Federal em Campinas nesta quinta (Dominique Torquato /AAN)
Carolina BataierEloy de Oliveira Jussi Ramos Além de atingir todas as capitais do Brasil, a greve dos bancários atinge, também, as principais cidades do interior de São Paulo. A paralisação é por tempo indeterminado e tem, como principais reivindicações, reajuste salarial de 11,93% (sendo 5% de aumento real), piso de R$ R$ 2.860,21 (calculado pelo Dieese), participações nos lucros e fim das demissões do setor. Bancários da Região Metropolitana de Campinas aderiram e as agências trabalham com quadro reduzido. A quantidade de bancos paralisados, entretanto, ainda não foi divulgada. Na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, os trabalhadores também cruzam os braços, e, pela manhã, o sindicato percorreu as agências do centro de São José dos Campos para convencer os funcionários a aderirem. Segundo balanço, 84 agências em 26 cidades ficaram totalmente fechadas para atendimento na região. Já na região de Sorocaba, a paralisação foi parcial nesta manhã. Na abertura das agências, o movimento grevista conseguiu impedir o funcionamento de unidades do Banco do Brasil, HSBC, Caixa Econômica Federal e Bradesco. Ainda não há um balanço do número total de adesões por banco, segundo o sindicato. O movimento foi pacífico na rua 15 de Novembro, onde há a concentração do maior número de agências da cidade. À tarde, todas as agências abertas serão visitadas para tentar ampliar a adesão, segundo a diretora sindical Neli Figueiredo. No final do dia, o sindicato fará um balanço do movimento e a preparação para as próximas ações. Em Bauru, ainda não há informações sobre a quantidade de agências bancárias que aderiram à paralisação. A cidade tem 72 agências. De acordo com Maria Bueno, diretora do sindicato dos bancários, a maior parte dos bancos principalmente da região central está com os trabalhados paralisados. Nos bairros, também há agências com as portas fechadas e somente caixas eletrônicos seguem funcionando. "Hoje é um primeiro dia, uma construção ainda. No final do dia saberemos como foi essa adesão", diz Maria. No final do dia, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) divulgará o balanço oficial com o número de agências. A entidade é ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Orientação para clientes Embora a greve não afaste a obrigação do consumidor de pagar faturas, boletos bancários ou qualquer outra cobrança, a obrigação do banco é oferecer outras formas e locais para que os pagamentos sejam efetuados. Por isso, os clientes devem buscar os caixas-eletrônicos, internet bank, casas lotéricas e mercados credenciados, por exemplo, orienta o Procon. Antes disso, porém, o cliente deve entrar em contato com o banco e pedir formalmente a orientação das opções para não ser cobrado de eventuais encargos e, ainda, para que seu nome não seja enviado aos serviços de proteção ao crédito, caso o fornecedor não consiga efetuar o pagamento.O cliente deve documentar esse pedido (enviar e-mail ou anotar o número de protocolo de atendimento, por exemplo), para que, caso precise, possa reclamar junto ao Procon. É importante, ainda, que o consumidor não adquira, sem conhecer em detalhes, pacote de serviços oferecidos por bancos, voltados a facilitar a quitação dos débitos durante a greve. O outro lado A Federação Nacional dos Bancos (Fenabam) informou por meio de nota estar aberta à negociações. Entretanto, mantém a mesma proposta sobre os salários, de reajuste da inflação, mais aumento real de 1,1%. A Fenabam "lamenta essa posição dos sindicatos, que causa transtorno à população, e reitera que a maioria das agências e todos os canais alternativos, físicos (autoatendimento, correspondentes) e eletrônicos, vão continuar funcionando normalmente".