Câmera fotográfica submarina foi criada especialmente por pesquisadores de programa dedicado à preservação de corais
Fonte: BBC Brasil
Imagens panorâmicas de recifes de coral foram adicionadas aos mapas do Google Street View, permitindo que as pessoas possam explorar paisagens 'embaixo d'água'.
O material fotográfico foi reunido pelo projeto Catlin Seaview Survey, que estuda a saúde dos recifes e seu impacto no aquecimento global.
O diretor do programa disse que o esforço ajudaria os cientistas a analisar ecossistemas e alertar a comunidade internacional sobre sua preservação.
Foto: Reprodução (Foto: BBC). Imagem de corais feita pela câmera do Google
No entanto, a novidade também é considerada um golpe publicitário para dar vantagem ao Google sobre a competição. O serviço de mapas da empresa vem sendo abandonado por seus parceiros em celulares e tablets.
O Google Street View já tinha imagens do solo submarino geradas por computador, mas é a primeira vez que exibe fotos subaquáticas.
'Queremos ser uma fonte de imagens abrangente que permita que qualquer pessoa explore todos os lugares', disse à BBC Jenifer Foulkes, diretor da seção de oceanos do Street View.
'Este é só o próximo passo para levar os usuários para debaixo da água, oferecendo a experiência de uma área que muitas pessoas já visitaram - vendo tartarugas marinhas, raias, ouriços-do-mar e belos peixes.'
Entre os locais adicionados ao serviço, estão a Grande Barreira de Corais da Austrália, os corais da Baía de Hanauma e da Cratera de Molokini e as ilhas Apo, nas Filipinas.
Câmeras submarinas
Os engenheiros do Google deram apoio técnico para o projeto, mas as fotografias e a colagem das imagens foram feitas por cientistas financiados pelo grupo Catlin, uma empresa de seguros internacional baseada nas Bermudas.
Foto: Reprodução (Foto:BBC). Imagem submarina para mapeamento do oceano
Para isso, eles desenvolveram uma câmera com três lentes grande angular, feitas para tirar fotos em alta resolução em ambientes de pouca luz.
O equipamento tirou uma foto de 24 megapixels de cada uma das lentes uma vez a cada quatro segundos para conseguir criar visualizações de 360 graus. O equipamento era operado por mergulhadores e se movia a cerca de 3 km/h.
Segundo Richard Vevers, diretor do projeto, o registro de recifes de coral era 'algo que estava faltando e que é muito necessário. Nós simplesmente não temos registros históricos para monitorar as mudanças em uma escala mais ampla.'
'Cientistas de todo o mundo agora poderão estudar os recifes remotamente e ver muito claramente como eles estão mudando.'
Estudos anteriores dizem que a poluição, a pesca predatória e mudanças climáticas já causaram sérios danos a muitas destas colônias de vida marinha que se formaram durante milhares de anos.
Para analisar o novo material, pesquisadores do Instituto de Mudança Global da Universidade de Queensland, na Austrália, estão usando um software de reconhecimento de imagem para identificar as criaturas registradas nas fotografias e programas de modelagem em 3D para monitorar como os habitats mudam com o passar do tempo.