COMUNICAÇÃO

Google cria celular montável de acordo com o gosto do cliente

Google avança no Ara, equipamento que pode ser montado e remontado ao gosto do usuário e espera superar seus concorrentes com a novidade

France Press
09/03/2015 às 09:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 01:14
O aparelho Ara, desenvolvido pela Google promete fazer frente para as principais montadoras (France Press)

O aparelho Ara, desenvolvido pela Google promete fazer frente para as principais montadoras (France Press)

Montar seu smartphone peça por peça, como um jogo de construção, para ter um dispositivo totalmente personalizável e durável: com seu novo projeto piloto Ara, o Google quer superar seus principais concorrentes como a Apple. A gigante americana espera criar uma verdadeira indústria em torno deste novo modelo, que oferece, segundo ela, um acesso facilitado à internet para pessoas em países emergentes. Este smartphone, ainda em fase de protótipo, foi apresentado no Congresso Mundial de telefonia móvel em Barcelona. O princípio é simples: consiste em uma estrutura básica sobre a qual são enxertados os diferentes módulos - tela, bateria, câmera, sensores, 3G, WiFi, etc - através de eletroímãs. O Google planeja oferecê-lo em três tamanhos. Uma empresa americana envolvida no projeto, a Yezz, foi apresentar a ideia em Barcelona. Exposto em uma vitrine, o protótipo não despertou grande atenção, mas os blogueiros e jornalistas não hesitaram em entrar na fila para vê-lo. Sua vantagem? Não haverá a necessidade de mudar de aparelho quando uma peça quebrar ou quando um novo modelo mais eficiente sair no mercado - basta mudar os módulos em questão com um simples clique. O aparelho exposto em Barcelona recebe uma tela de alta definição, uma bateria, uma conexão com um carregador, uma câmera, uma conexão 4G, chips e elementos de tamanho e espessuras diferentes. “A versão final não terá esse aspecto nem peso”, assegura Marion Chaparro, representante da Yezz na Europa. O Google promete uma durabilidade de cinco ou seis anos para o esqueleto de seu smartphone, contra os dois anos em média atuais. Resta ver por quanto tempo cada módulo funcionará. “É bom para o meio ambiente combater a obsolescência programada”, considera Annette Zimmermann, especialista do setor de telecomunicação do escritório Gartner, com sede na Alemanha. Alguns start-ups trabalham em projetos similares, mas nenhum nesta amplitude. A ambição do Google é imensa, e inclui remodelar o cenário da telefonia móvel mundial. Para a empresa, o Ara “destina-se a seis bilhões de clientes em potencial: o um bilhão de usuários atuais de smartphones e mais cinco bilhões de usuários potenciais, em sua maioria nos mercados emergentes”. Um número bem mais modesto de pessoas poderá conhecer o produto em breve - a empresa americana planeja testá-lo em larga escala em Porto Rico até o final de 2015. “Vamos ver se o público gosta”, diz Annette, “e se o Google consegue desenvolver uma rede de distribuição adequada”. A ideia tem seduzido os fãs de tecnologia, mas não é certo que encontrará seu público, alerta Ben Wood, analista da CCS Insight, com sede na Grã-Bretanha. A tendência caminha em direção aos telefones mais finos e com uma tela grande, enquanto um modelo modular poderá ser “maior e com um design não muito elegante”. O Google reconhece que há um longo caminho a percorrer. Os consumidores desejam uma maior personalização de produtos, mas tem dificuldade em decidir quando dadas muitas opções. O Google também rejeita, pelo menos por enquanto, produzir módulos com impressoras 3D, já que a técnica ainda não foi desenvolvida o suficiente para este fim. O Google ainda não fala de preço de venda, evocando apenas um custo de produção entre US$ 50 e 100 para um modelo de entrada.

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