CHILE

Golpe faz 40 anos; marcha pede direitos humanos

Milhares vão às ruas para marcar o 40º aniversário da tomada de poder por Augusto Pinochet

France Press
08/09/2013 às 17:20.
Atualizado em 26/04/2022 às 01:08
Parentes de vítimas da repressão exibiam 2 mil fotografias de detidos e desaparecidos (France Press)

Parentes de vítimas da repressão exibiam 2 mil fotografias de detidos e desaparecidos (France Press)

Milhares de chilenos marcharam neste domingo (8), em Santiago, pelos direitos humanos, para marcar o 40º aniversário do golpe de Augusto Pinochet, ocorrido em 11 de setembro de 1973. A manifestação, convocada anualmente pela Assembleia Nacional dos Direitos Humanos, começou na emblemática avenida Alameda da capital chilena. Parentes de vítimas da repressão exibiam 2 mil fotografias de detidos e desaparecidos. Com cartazes em que se lia "Quarenta anos após o golpe, nada, nem ninguém, está esquecido", bandeiras e gritos contra Pinochet, os manifestantes marcharam em um ritmo de festa, por quase duas horas, até o cemitério geral de Santiago, onde fica um memorial às vítimas do regime Pinochet. Durante a passeata, que reuniu 60 mil pessoas, segundo os organizadores, cerca de 100 manifestantes encapuzados destruíram o patrimônio público, ergueram barricadas e enfrentaram com pedras e pedaços de pau a polícia, que os dispersou com jatos d'água e gás lacrimogêneo. "Depois de 40 anos, esta marcha mostra que não iremos descansar até sabermos o que aconteceu com nossos detidos e desaparecidos. Exigimos verdade e justiça", disse Lorena Pizarro, presidente do Grupo de Familiares de Detidos Desaparecidos. Durante a ditadura Pinochet (1973-1990), foi registrada uma repressão que deixou mais de 3,2 mil mortos, além de 38 mil pessoas que sofreram torturas, segundo dados oficiais. Pinochet morreu em 10 de dezembro de 2006, sem ser condenado.

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