Golfe ganha adeptos a cada ano no Brasil

A postura impecável, a respiração lenta e a concentração diante da bola lembram um atacante prestes a encarar uma cobrança de pênalti. Os olhos se perdem na imensidão verde que se forma à frente e a batida, ou melhor, a tacada, nem sempre é como a mente havia planejado. Não há vaias, tampouco protestos. Apenas silêncio. No campo em questão, os corneteiros simplesmente não existem, ainda mais quando se trata de uma competição com mais de 50 participantes como o 2º Campeonato de Golfe Vitória Hotéis, disputado na manhã desta sexta-feira (9), no Clube de Golfe de Campinas.O esporte, embora pouco tradicional por aqui e ainda com o estigma de ser elitizado, tem ganhado adeptos Brasil afora. Impulsionada pela presença na Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016 após 112 anos ausente, a modalidade cresce ano a ano em ritmo considerável e hoje a Confederação Brasileira de Golfe (CBG) calcula que há pelo menos 25 mil praticantes no País.Entre os que disputavam o torneio campineiro, no entanto, todos ainda fazem do golfe apenas o lazer das horas vagas.Isso não significa, no entanto, que os competidores não almejem tacadas maiores no futuro. Caso do supervisor Marcelino Lima, de 51 anos. "Pratico com frequência há seis anos, mas tenho contato com o esporte há mais de 40. É extremamente apaixonante, exige prática e apuro técnico. Ainda preciso de mais algum tempo para chegar perto do Tiger Woods", brinca Lima, citando o nome do maior mito de todos os tempos do esporte.Outro que parecia bastante familiarizado com o golfe nos 20 alqueires do Clube de Campinas é o advogado Ronni Fratti, de 47 anos, e praticante desde 2010. "Eu achava chato, mas bastou vir até o clube para ter a noção exata do que é o esporte. Não é só diversão porque exige fundamentos, concentração e muita, mas muita disciplina", complementa, antes de acertar uma bela tacada de 150 jardas, calculada para pender à esquerda, com a ajuda do vento que fazia na manhã desta sexta. "Não é para qualquer um, não", conclui.