CAMPINAS

GM resgata 8 crianças e adolescentes em situação de abandono

Elas têm entre 2 e 17 anos e viviam nesta situação desde que mãe foi presa há um ano e meio por tráfico de drogas, disse o mais velho aos guardas municipais

Inaê Miranda
inae.miranda@rac.com.br
02/03/2015 às 22:19.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:55

Conselho Tutelar encaminhou as crianças e adolescentes para um lar provisório (Camila Ferreira/AAN)

Oito crianças e adolescentes com idades entre 2 e 17 anos, que viviam em situação de abandono em uma casa no Jardim Campo Belo, em Campinas, foram resgatadas nesta segunda-feira à tarde (2) pelo Conselho Tutelar. Sete deles são irmãos e o mais novo, de 2 anos, é sobrinho.   Com a mãe presa, há um ano e meio por tráfico de drogas, eles viviam sob a "tutela" do mais velho, de 17 anos, em meio a muita sujeira, mau cheiro, em condições deploráveis. A situação foi descoberta quase por acaso enquanto agentes da Guardas Municipal realizavam patrulhamento no bairro.   Atitude suspeita   Os guardas municipais buscavam um carro roubado, com vítima de sequestro relâmpago. Ao passarem pela Rua Natale Gabeta, os agentes avistaram três adolescentes parados em atitude que consideraram suspeita, quando a criança de dois anos saiu chorando de um imóvel, em direção ao tio de 17 anos. Ao ser questionado, o adolescente afirmou que se tratava do sobrinho.   Os guardas pediram para entrar no imóvel e verificaram as condições insalubres. O adolescente afirmou que tinha outros seis irmãos, que moravam no local e que estariam na escola.   Situação degradante Ao observarem a situação degradante onde as crianças viviam, segundo afirmou o GM Alex Barbosa, a equipe acionou imediatamente o Conselho Tutelar. "Verificamos muita sujeira, estado de abandono da criança, da residência, muito lixo, sujeira, resto de alimentos jogado pela casa, banheiro sem condições de uso" , afirmou. Duas conselheiras levaram o garoto de 2 ano ao Hospital Dr. Mário Gatti, onde passou por avaliação e recebeu alta. Segundo o adolescente relatou aos guardas, a mãe está presa há um ano e meio. Já a mãe do pequeno é usuária de drogas e está desaparecida há dois anos. Eles têm ainda um irmão, que é maior de idade e é pai da criança de dois anos. Os conselheiros verificaram que ele já havia assumido um acordo com o Ministério Público e com o próprio conselho de cuidar das crianças, mas estaria descumprindo.   Como os conselheiros não conseguiram localizar outros parentes, todos os oito foram levados para um lar provisório, onde devem ficar enquanto é feita uma nova busca. R$ 600 por mês   O adolescente relatou aos guardas que vivia com uma "pensão" de R$ 600. Mas os sinais eram de que as crianças sozinhas enfrentavam muitas dificuldades. Na geladeira da casa, os guardas encontraram apenas uma abóbora e uma garrafa de água.   No armário de mantimentos, um pacote de café, um resto de açúcar, um pouco de arroz cru e macarrão. No fogão, havia apenas panelas sujas e sinais escassos de comida. O quintal da casa estava tomado por lixo, mato alto e também era usado por banheiro desde que o banheiro entupiu. Era nesse cenário de degradação que viviam os irmãos de 17, de 15, de 14, 12,10, 7 e de 4 anos, além do sobrinho de 2 anos.

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