Geladeira é coisa do passado

A 27ª rodada foi um desastre para a arbitragem do Brasileirão. Em três jogos foram marcados pênaltis claramente inexistentes e em dois deles o erro alterou o vencedor da partida. O Palmeiras venceu o Cruzeiro por 3 a 1 e, teoricamente, não foi tão prejudicado pelo erro de Dewson Fernando Freitas da Silva, que deu pênalti no lance em que um zagueiro palmeirense tocou a mão na bola fora da área. Mas é importante destacar que o Palmeiras é líder do campeonato apenas por ter saldo de gols melhor do que o Inter. Logo, uma falha semelhante na última rodada poderia alterar não apenas o destino da partida, mas de todo o campeonato. O Atlético-PR segurou o empate por 0 a 0 com o Santos até os acréscimos do segundo tempo. Então foi a vez de Caio Max Augusto Vieira entrar em cena e marcar pênalti em choque comum entre dois atletas na área. O Peixe converteu e venceu o jogo. O presidente do Atlético-PR, Luiz Sallim Emed, até chorou enquanto reclamava da arbitragem e da CBF. No Beira-Rio também teve um pênalti, digamos, estranho, dessa vez marcado por Sávio Pereira Sampaio. A bola bateu no braço — que estava junto ao corpo e, portanto, nem falta foi — de um jogador do Vitória que estava fora da área. D’Alessandro converteu e garantiu a vitória por 2 a 1. O erro foi desastroso para o time baiano, que está colado na zona de rebaixamento. A CBF se manifestou ontem sobre a sucessão de erros graves. O presidente da Comissão de Arbitragem, Coronel Marinho, anunciou que os três árbitros e seus auxiliares ficarão na Série B por algumas rodadas para "reavaliação". "Eu não gosto da palavra punição. Eu risco do meu dicionário. Existe um trabalho de melhoria do árbitro. Isso é feito com os árbitros e com os assistentes", disse o Coronel Marinho. O “rebaixamento” do árbitro para divisões inferiores poderia ser uma solução no passado. É até aceitável ainda hoje, mas imaginem a repercussão de um novo erro de qualquer um deles em uma partida envolvendo times que lutam pelo acesso ou pela permanência na próxima rodada da Série B. O que a CBF deveria ter anunciado ontem mesmo é que a partir de 2019 a tecnologia do VAR será utilizada em suas principais competições e em todos os jogos do Brasileirão. Ao contrário do que acontecia antigamente, quando mandar o árbitro para a geladeira era apenas um paliativo, agora existe um recurso que pode melhorar muito o nível da arbitragem. Não é um método infalível, mas teria corrigido, com facilidade, os três erros graves que afetaram a rodada de domingo.