O crescimento da cidade, o adensamento demográfico, o surgimento de novos empreendimentos e o aumento exponencial da frota de veículos tem transformado o trânsito em Campinas um suplício para todos, com graves reflexos na rotina das pessoas.
Deslocar-se de um ponto a outro da cidade a qualquer pretexto exige uma dose extra de paciência e tempo, em flagrante denúncia da carência de estrutura da cidade. Os gargalos no trânsito tornam praticamente impossível qualquer deslocamento sem que se enfrente filas, congestionamentos, que levam ao estresse e certamente comprometem qualquer agenda.
A qualquer hora do dia, especialmente ao longo dos horários de trabalho ou de circulação concentrada, é totalmente previsível que não se poderá dirigir sem enfrentar contratempos.
Algumas obras importantes estão sendo executadas em Campinas para tentar minimizar os efeitos danosos da alta concentração de veículos. Por consequência inevitável, o trânsito fica ainda mais comprometido com a interdição de pistas, como aconteceu na sexta-feira na Rodovia Dom Pedro I, no trecho urbano.
Mas preocupa ainda que a duplicação da Estrada dos Amarais, ansiosamente aguardada como lenitivo para o caos que se instalou na região, está longe de cumprir seu objetivo. Entregue a última etapa da obra, esta já se mostra subdimensionada para a necessidade, ainda sustentando o trânsito lento (Correio Popular, 18/10, A18). Faltam ainda, segundo moradores e empresários afetados pelo problema, uma passagem sobre a linha férrea que está sem previsão.
Se as obras são indispensáveis e seus prejuízos inevitáveis, que ao menos sinalizem para uma sensível melhoria do sistema viário de Campinas. Não apenas obras pontuais são exigíveis, mas um plano macro de adequação das vias, criação de marginais, melhoria e ampliação do transporte público de forma a ser mais atraente, um conjunto de providências que passam pelo crivo técnico e pela intervenção do Estado para que Campinas conte com a atenção merecida. Projetos como o vias expressas, corredores exclusivos para ônibus, veículos articulados, até mesmo metrô não podem ser descartados nem ter agendamento distante. O futuro de Campinas é agora e não se pode mais adiar providências desta natureza.
