EDITORIAL

Ganhos sociais na luta contra a pobreza

10/07/2013 às 05:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 09:22

O Brasil é um país de profundas diferenças sociais, que ficam muito evidentes quando se traçam os mapas da separação de riquezas. O abismo entre o mais cruel estado de pobreza e a alta renda de parcela ínfima da população mostra que este é um país de desigualdades históricas, sedimentadas pela falta de uma economia estável e um planejamento que vise a promover a equidade entre os cidadãos.

Alguns esforços significativos têm sido desenvolvidos desde a implantação do Plano Real e a política de Fernando Henrique Cardoso, que criou um sistema de distribuição de renda que foi unificado no governo Lula como o Bolsa Família, ainda que se tenham suprimido importantes contrapartidas de promoção social e compromisso cívico. Ainda assim, os efeitos para a mitigação da miséria absoluta não inegáveis, a ponto de estarem a exigir um redirecionamento de propósitos e estímulo ao trabalho e à educação.

Por outro lado, o combate à pobreza não se dá apenas com a distribuição de dinheiro através de programas assistencialistas como o Bolsa Família. Um estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), mostra que os ganhos sociais se dão também na forma de investimentos em setores essenciais, que potencializam as oportunidades de assistência, abrindo caminho para o protagonismo cidadão. Assim, as melhores condições sociais são mais sensíveis quando se aprimoram os recursos em saúde e saneamento básico, principalmente, mas que se complementam com ganhos em trabalho, educação, cultura, habitação e urbanismo.

Apropriando-se de conceitos que são claramente contra o simples clientelismo da distribuição de renda por bolsas assistencialistas, é possível avaliar que o combate à pobreza passa também por uma gestão afinada com as demandas maiores da população, honesta e competente aplicação de recursos disponíveis, e pelo oferecimento de ferramental para a verdadeira promoção social. Se o governo se ufana de um programa como o Bolsa Família, deve dar um passo à frente para quebrar o caráter meramente assistencalista e avançar na perspectiva de construção de um país mais justo, de oportunidades iguais e estímulo ao crescimento individual e social, sem escalas de injustiças e com o foco na distribuição de uma vida digna para todos.

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