EM ATAQUES

Gangues da marcha a ré recrutam craqueiros

Quadrilhas 'terceirizam' os ataques: usuários de drogas são contratados para arrombar lojas

Patrícia Azevedo
05/06/2013 às 05:03.
Atualizado em 25/04/2022 às 13:33

As gangues da marcha a ré, responsáveis por uma recente onda de ataques a lojas em Campinas, estão recrutando moradores de rua e usuários de droga, segundo a Polícia Civil, para dirigir os carros roubados usados para derrubar as portas dos estabelecimentos comerciais.

As investigações conduzidas pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas revelam que os viciados são “contratados” para arrombar e furtar as lojas e depois levar os produtos para os chefes das gangues em locais pré-determinados.

“Pessoas com poder de decisão angariam dependentes para atuar na prática e realizar o crime. Os carros usados nos ataques são produtos de furto e roubo e abandonados. O produto é repassado para as gangues”, disse o delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Carlos Henrique Fernandes.

A prática de usar moradores de rua não só dificulta a investigação policial, como também tem a função de livrar os chefes das quadrilhas do flagrante por furto. “Eles dão o carro e pagam pouco ou deixam o craqueiro levar algo que queira da loja”, afirmou um policial ouvido pela reportagem.

Ainda segundo o delegado, os crimes são planejados muitas vezes por bandidos que moram nas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e esse é outro fator que dificulta a investigação. “Outra coisa que dificulta o trabalho é que, quando temos as imagens que possam identificar os acusados, elas são de qualidade ruim”, alegou Fernandes.

O delegado da Dise contou que são várias as quadrilhas praticando o crime, mas não soube precisar ao certo quantas seriam. “Estamos trabalhando para poder identificar isso, são vários grupos que estão atuando e o número aumenta por causa da propagação da notícia”, afirmou.

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