Funcionários do Guarani estão sem receber

Com a situação financeira crítica, a diretoria do Guarani tem tido dificuldades para manter em dia sua folha salarial. O elenco do futebol profissional está com os salários em ordem e até recebendo bonificação em caso de vitória (o famoso bicho), mas os demais funcionários do clube estão com pagamentos em atraso. "Recebi o último pagamento em janeiro, depois mais nada. Eles falam que conforme entra dinheiro vai pagando, mas virar o mês sem receber deixa a gente em situação muito difícil", comentou um funcionário com anos de serviço no Brinco de Ouro.  Há seis meses na presidência do Guarani, Horley Senna reconhece o atraso nos vencimentos dos funcionários, contudo rebate o período, afirmando que é apenas um mês e meio. De acordo com o dirigente, 90% dos salários que deveriam ser pagos em fevereiro estão quitados, dos de março somente 70% e espera até o final deste mês aumentar a estatística. Porém não se compromete com uma data para resolver totalmente a questão.  "Infelizmente, com a decisão da Justiça de incluir a MMG Consultoria no passivo de dívidas do Guarani, não consigo mais os R$ 400 mil, 500 mil que conseguia antes. Isso afastou os apoiadores. Não estou recriminando a ação da Justiça, mas atrapalhou demais. Se antes tinha seis apoiadores, hoje conto com apenas dois. Mas temos feito todo esforço para acertar a situação", afirmou.  O presidente afirma que a situação crítica do Guarani o obriga a priorizar os pagamentos. "O futebol é o carro chefe do clube e com ele andando, com bons resultados, consigo sustentar o clube, o departamento amador e saldar as dívidas com os demais funcionários. Com o acesso, poderemos atrair mais empresas, melhores contratos de patrocínio, enfim, buscar uma situação melhor."  Nos últimos dois dias, alguns funcionários receberam parte dos salários atrasos e Horley disse que uma porcentagem deste dinheiro veio da locação do estádio Brinco de Ouro para um evento musical que acontecerá em junho.  O fato dos jogadores estarem recebendo bicho, tem causado desconforto no quadro funcional do Guarani. "Eles são funcionários como nós e merecem ter o salário em dia. Agora é injusto pagar bicho. O que pagaram até agora de bicho daria para acertar os nossos atrasados", criticou uma funcionária. Horley alega que os atuais dois apoiadores do clube são empresas de médio porte e não têm condições de colaborar mais com a folha salarial.