Os funcionários do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Americana tiveram que retomar a carga horária em período integral nesta semana. Os servidores atribuem a mudança como uma retaliação à matéria publicada no sábado, que denunciava a troca dos alimentos oferecidos aos animais.
A redução da carga horária havia sido adotada em outubro do ano passado após a promulgação do decreto do Executivo.
Apesar das áreas de saúde ter sido considerada como serviço essencial, os trabalhadores do CCZ foram autorizados a se dividirem em grupos para revezar o horário. Ao todo, pelo menos 35 servidores tiveram que readaptar a jornada de trabalho. “O diretor foi claro que, como a reportagem tinha feito questionamentos sobre a ração dos animais, nós iriamos ter que voltar a trabalhar o dia inteiro”, declarou um funcionário que preferiu não se identificar. “A gente revezava, cada mês em um período. Acho que não temos culpa do problema”, defendeu.
No sábado, uma reportagem mostrou que os cães recebiam ração para gato, a dieta dos cavalos estava restrita à ração e os galos estavam em gaiolas pequenas e tinham como alimento apenas comida para cavalo. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Americana, Antonio Forti, a Secretária de Saúde havia manifestado interesse em alterar a carga horária dos servidores. “Eles disseram que teria que voltar com o horário antigo para intensificar os trabalhos. Acredito que a Zoonoses preferiu antecipar a decisão”, afirmou. A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde negou as irregularidades e declarou que a medida segue o decreto.