Cidade está sem arcebispo desde morte de Dom Joviano, em junho de 2012; só papa pode determinar substituto
Católicos de Ribeirão Preto têm uma razão especial para comemorar a fumaça branca na chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, no conclave que definiu o papa Francisco I para o lugar de Bento XVI.
A Diocese da cidade está há oito meses sem arcebispo – no dia 21 de junho de 2012, morreu Dom Joviano de Lima Junior, aos 70 anos, último a ocupar o posto. Agora, com a definição do novo papa, o processo de escolha de seu substituto pode voltar a andar.
“É só o papa que pode assinar a nomeação do arcebispo”, disse o padre Nasser Kehdy Netto, 71 anos, eleito no ano passado como administrador interino da Diocese local.
Mas, se Dom Joviano faleceu em junho, porque o arcebispo não foi definido por Bento XVI antes de sua renúncia, no mês passado? “O Vaticano tem sua própria demanda. É um processo complexo”, afirmou o padre Nasser.
Segundo ele, o processo de escolha começa no Núncio Apostólico, de Brasília, que elabora uma lista com nomes de bispos (geralmente três). O documento parte para a análise do Vaticano, que escolhe um deles para ser promovido a arcebispo. Em tese, o único critério que deve ser obedecido é o da idade – com 75 anos, o arcebispo deve se aposentar.
Não é preciso que o bispo atue na região, mas a Igreja costuma nomear bispos que atuam em locais próximos da Diocese que dirigirão – Dom Joviano, por exemplo, nasceu em Uberaba e estava em São Carlos antes de vir para Ribeirão. “Provavelmente, o escolhido também terá pelo menos dez anos de bispado”, contou padre Nasser.
A reportagem entrou em contato com o Núncio Apostólico em Brasília, mas nenhum representante do local deu informações sobre o processo relativo a Ribeirão. “Certamente (o processo) já está no Vaticano”, disse Nasser Kehdy Netto.
ESPERA
O tempo de espera de oito meses para a escolha do arcebispo de Ribeirão pode parecer longo, mas a Diocese da cidade já ficou mais tempo sem um coordenador. Na década de 50, a nomeação de Dom Luís do Amaral Mousinho demorou dois anos após a saída de Dom Manuel da Silveira d’Elboux para Curitiba, em 1950.