Cerca de 30 mil deixam de circular no Centro de Campinas e movimento cai 12%
Depois de divulgar prejuízo de R$ 2,5 milhões causados pelos atos de vandalismo contra estabelecimentos comerciais durante os protestos em Campinas, a Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) informou que a circulação de pessoas pelo Centro caiu 20% desde que as manifestações passaram a ser frequentes na cidade, o que representa 30 mil pessoas a menos por dia. A média é de 150 mil diariamente. A queda no movimento reflete em baixa nas vendas.
A onda de protestos que tomam as ruas de Campinas desde 20 de junho tem impactado os lojistas, que têm perdido entre 10% e 12% de vendas diariamente, segundo a Acic. Os comércios da Avenida Anchieta foram os mais prejudicados. Uma loja que alugava vestido de noiva anunciou nesta sexta-feira (28) que teve de fechar o negócio depois de ter mais de 150 vestidos furtados. A entidade que representa o comércio na cidade já acionou seu departamento jurídico e estuda formas de auxiliar os lojistas.
Desde quando o comércio passou a ser alvo de arruaceiros infiltrados no grupo de manifestantes pacíficos, a Acic realiza visitas aos comerciantes que tiveram seus estabelecimentos vandalizados. Nos próximos dias, será realizada uma reunião com os comerciantes. A presidente da Acic, Adriana Flosi, ressaltou que houve queda nas vendas em todo o comércio varejista do município, mas afirmou que os comerciantes da região do chamado Centro Expandido foram mais afetados que os demais.
Segundo dados da associação, em média, 150 mil pessoas circulam por dia pelo Centro de Campinas, mas desde o início das depredações e saques — iniciadas no dia 20 de junho — houve queda de 20%, ou seja, 30 mil pessoas deixaram de circular pela região, refletindo nas vendas. De acordo com o economista da entidade, Laerte Martins, o comércio de Campinas está deixando de gerar R$ 2,5 milhões ao dia.
Para o comerciante Dirceu Barreto, a depredação resultou na falência da loja de noivas da tia, onde ele trabalhava. “Faliu. Fechou mesmo. Não tem como continuar depois do que aconteceu. A situação já não estava fácil. Só a vitrine vai custar R$ 10 mil para trocar”, contou Barreto. A loja Luane Noivas, na Avenida Anchieta, teve todos os vidros quebrados e mais de 150 vestidos furtados. “Foi uma pouca-vergonha o que aconteceu. Só tem bandido na rua que só querem saber de saquear, não protestar”, afirmou.
Apesar do fechamento da loja, ele garantiu que todos os contratos serão honrados. “A sorte é que os vestidos que serão entregues até setembro estavam nos fundos.” A Acic disponibilizou um telefone para que os lojistas se identifiquem e relatem seus prejuízos. O número é o 2104-9201. Além disso, a associação colocou seu departamento jurídico à disposição dos comerciantes para orientações. Uma das possibilidades é a abertura de ação coletiva para reparação de danos, que pode ser contra o governo municipal ou estadual. Mas isso ainda não foi acordado.