O artista plástico campineiro, um dos mais renomados da cidade, ilustra mais uma vez o espaço que leva seu nome, desta vez com a mostra 'Paisagens Possíveis'
Detalhe da obra 'Flora' (2005), de Francisco Biojone: exposição reúne 10 telas e fica aberta até 23 de junho (Rodrigo Biojone/Divulgação)
A Galeria de Arte Francisco Biojone, localizada na Escola Comunitária de Campinas, está com uma exposição nova. Desta vez, ela recebe obras de... Francisco Biojone. Pois é, o artista plástico campineiro, um dos mais renomados da cidade, ilustra mais uma vez o espaço que leva seu nome, desta vez com a mostra 'Paisagens Possíveis'. São dez obras, expostas no local até 23 de junho, com entrada franca, escolhidas pelo curador Fábio Luchiari, que acompanha de perto o trabalho do artista, a partir da sugestão de temas pensados por ele, pelo próprio Biojone e também pela curadora da galeria, Tina Gonçalez. “Algumas obras são mais antigas e outras são recentes. Não foi uma exposição montada com obras recentes, mas selecionadas a partir da temática, possibilitando que houvesse uma conversa entre períodos diferenciados”, explica Gonçalez. “A exploração da temática não segue necessáriamente um modelo tradicional, mas interpretativo, que requer um olhar mais solto, desprovido de pré-conceitos”, completa. Apesar do termo paisagem ser comumente visto como um equivalente da natureza, dentro do limite do visível e do real, Francisco Biojone rompe com esse conceito estabelecendo um diálogo entre o figurativo e o abstrato, o real e o imaginário. “Intercalar telas abstratas com telas figurativas possibilita que o tema seja visto por novos ângulos, criando novas relações. Como as imagens estão colocadas em frente uma da outra, o olhar do espectador identifica esse diálogo, traçado pelo título da mostra”, lembra. O título, aliás, diz a curadora, é o maior indicativo do que o espectador irá encontrar, mas não dentro de um padrão estético tradicional. “Francisco Biojone é um artista que trabalha a cor como impulso criativo e motivador. Ele é um colorista por natureza e por vocação”, detalha a curadora do espaço. Exatamente por isso, as paisagens do campineiro são reflexões construídas a partir do seu ponto de vista como artista, que trata a cor como elemento principal da sua pintura. Dessa forma, segundo os curadores, há um ritmo e um movimento imagético que convida o espectador a desvendar o significado e as possibilidades dessa temática. “O espectador procura desvendar o significado de cada obra, traçando um paralelo entre o que ele julga como imagem figurativa e abstrata. Os significados variam entre a temática e a construção compositiva” , diz Gonçalez. Na mostra, há obras em grande formato, que compõem as “florestas” — enormes troncos de árvores — e ocupam quase toda a parede da galeria, em contraposição às telas com formas geométricas, além de telas em pequeno e médio formato em aquarela e acrílica. Todas elas, mesmo que sutilmente, se relacionam entre si, algo pensado para permitir que haja interlocução entre o pensamento do artista e a sua trajetória pictórica. “Independente da temática, as obras de Francisco Biojone trazem uma característica própria que as identificam. São sempre ‘costuradas’ pela cor, pela agilidade do gesto e pela composição impecável”, finaliza Gonçalez. AGENDE-SE O quê: exposição 'Paisagens Possíveis', de Francisco Biojone Onde: Galeria de Arte da Escola Comunitária de Campinas - Francisco Biojone (Rua Egberto Ferreira de Arruda Camargo, 650, Jardim Notre Dame, fone: 3758-5800) Quando: até 23 de junho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h Quanto: entrada franca