Evento foi encerrado por volta das 14h30 sem ter atingido o lance mínimo de R$ 147 milhões
Foram mais de três horas de apreensão, especulações e boatos. A espera de cerca de 200 pessoas que se espremeu por todo o 15º andar do Tribunal Regional do Trabalho terminou por volta das 14h30 desta quarta-feira, quando o funcionário nomeado para conduzir os possíveis lances encerrou o leilão do estádio Brinco de Ouro. Houve apenas uma consulta informal no valor de R$ 105 milhões, metade dos R$ 210 milhões estipulados pelo TRT. O lance mínimo era de R$ 147 milhões, 70% do valor.Agora, a diretoria do Guarani, representada pelo advogado Gustavo Tavares e pelo presidente Álvaro Negrão, terá fôlego para redigir a defesa contra a venda do imóvel, cujo valor de mercado poderia chegar aos R$ 500 milhões segundo o próprio clube.A falta de compradores, no entanto, apenas adia a possibilidade de venda do estádio e uma nova data pode ser marcada para a realização do leilão - se isso se confirmar, o lance inicial será exatamente de R$ 105 milhões, o mesmo da consulta feita nesta quarta. Mesmo assim, Tavares antecipou, pouco depois de o evento encerrar, que o departamento jurídico do Guarani seguirá em busca de outras alternativas para sanar as dívidas do clube e evitar o leilão do que chama de "um dos maiores patrimônios de Campinas". "Vamos estudar cada proposta a partir de agora", resumiu. AlternativasO presidente Álvaro Negrão havia dito um dia antes do leilão que "ninguém seria louco de investir num patrimônio como o Brinco de Ouro". Nesta quarta-feira, ao final do evento, foi ainda mais além: "O estádio é também um patrimônio da cidade e não pode ser desfeito de uma maneira como esta. Queremos honrar nossos compromissos, mas não acreditamos que a venda do estádio resolverá nossos problemas."Além da possibilidade de envolver o estádio em permuta (oferecer o espaço e receber pelo seu uso), o departamento jurídico do Bugre não vai abrir mão de pedir a reavaliação dos valores estipulados pela Justiça. Um erro na falta de unificação das matrículas do imóvel, segundo o clube, reduziu pela metade os pelo menos R$ 500 milhões que o Guarani espera receber em caso de um novo leilão a ser realizado."Os valores determinados pela Justiça não condizem com a realidade do mercado. Só pelo erro na unificação das matrículas, que não especificava as áreas a serem vendidas, já era suficiente para impedir a realização do leilão", emendou Tavares.