Em vídeo, Sílvia Parreira Vanag aparece amarrada nos pulsos e nas pernas engessadas e é maltratada
(TV Correio)
A Polícia Civil de Nova Odessa investiga os dois filhos de Sílvia Parreira Vanag, que morreu aos 57 anos no fim de março, após a divulgação de um vídeo em que Sílvia aparece amarrada nos pulsos e nas pernas engessadas e é maltratada pela filha de 22 anos, que está com um dos joelhos sobre o peito da mãe e com as mãos em seu pescoço enquanto profere ofensas. Além do vídeo, os maus-tratos cometidos pelos irmãos foram denunciados por uma familiar vizinha.A morte teria sido decorrente de um engasgamento durante o almoço no dia 31, mas a vítima tinha lesões antigas, que foram confirmadas serem decorrentes de maus-tratos por laudo pericial de lesão corporal divulgado nesta quinta-feira. Os ferimentos, no entanto, não teriam provocado a morte, segundo o delegado José Donizeti de Melo, que afirmou que os irmãos não serão indiciados até que saia o resultado do laudo toxicológico, o qual leva de 30 a 45 dias para ficar pronto. Melo disse ainda que o foco da investigação no momento é a morte suspeita.Em entrevista à imprensa local, Fabíola Bearare alega que o vídeo foi gravado uma semana antes da morte da mãe, que sofria de depressão desde 2011, quando o pai se suicidou, e consumia bebida alcoólica, inclusive álcool e perfume, junto com os medicamentos. A filha afirma que a situação toda gerava um comportamento difícil de lidar e que inclusive teria ocasionado as fraturas nos dois pés, cerca de dez dias antes de sua morte. Um pé ela teria machucado ao pular o portão e outro a janela, voltando para dentro de casa, momento em que caiu de cabeça no chão. Fabíola nega alguma agressão mais contundente, ressaltando que várias vezes a mãe se machucou em quedas que sofria em bares, mas que ela havia parado com a bebida cerca de um mês antes do crime. Disse ainda que outros familiares agrediram sua mãe algumas vezes: a avó com chutes e o irmão com puxões de cabelo e mordida na perna.A jovem disse que também foi agredida pela mãe, assim como o irmão, admitindo que os dois eram impacientes. Contou ainda que ele teria amarrado a mãe para evitar que ela se movimentasse pela casa por conta dos pés que estavam quebrados. Sobre a agressão filmada, Fabíola disse não saber o que passou pela sua cabeça. No dia da morte, ela alega ter alertado o irmão para não alimentar a mãe deitada no sofá, onde vinha dormindo desde as fraturas nos pés, mas ele não deu ouvidos. A jovem então ouviu três sons que pareciam ser socos, mas que o irmão alegou serem tapas para desafogar a mãe, e a encontrou já desacordada e amarela quando foi da cozinha para a sala.Imagens fortes"Nunca vou te dar amor e carinho. Você não merece. Vou embora daqui e te largar sozinha" , disse Fabíola no vídeo gravado por um conhecido da família em meio a xingamentos à mãe. A única fala de Sílvia é referente às amarras nas pernas. "Do jeito que você amarrou está doendo demais, está doendo, está latejando". Na entrevista à imprensa local, a jovem alegou ter dito "da boca pra fora" , que "não foi de coração" e que está arrependida de tudo o que fez.Por conta da divulgação do vídeo na internet, Fabíola afirmou ter sido agredida por uma desconhecida na rua, com puxão de cabelo e soco no olho, mas que não registrou boletim de ocorrência por ter sido ameaçada. Ela também diz estar com medo de morrer ou de ir para a cadeia.