Agora, os órgãos captados fora da capital só poderão atender a pacientes que residem no interior
Raimunda Freles de Barros foi beneficiada pela mudança (Sérgio Masson/AAN)
A fila de espera de transplante de fígado no Interior de São Paulo voltou dia 15 a ser desvinculada da capital. A determinação é da Secretaria Estadual de Saúde, atendendo solicitação da regional do interior, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos 2. A princípio, a separação das listas ocorreria somente no fim do primeiro semestre.
Agora, fígados captados fora da capital só poderão atender a pacientes que também residem no interior. “Retomamos o que tinha sido interrompido dia 10 de agosto de 2010, quando a Secretaria Estadual de Saúde unificou as listas. Agora vamos deixar de 'competir' com a cidade de São Paulo, que ficava com a maioria dos órgãos”, contou o coordenador do Programa de Transplantes do Hospital das Clínicas da USP de Ribeirão Preto, Orlando de Castro e Silva. O hospital centraliza toda a logística de transplantes no interior paulista.
Segundo o médico, foram enviados ano passado 70 fígados à Central de Transplantes de São Paulo. Destes, porém, apenas 11 destinaram-se a pacientes do interior. Além disso, o índice de mortalidade na fila de espera havia aumentado, passando de 22% em 2011 para 42% no ano passado.
Desde que a lista deixou de ser unificada, três transplantes de fígado já foram feitos no HC. Quem já foi beneficiado por um novo órgão sabe a importância de se agilizar a cirurgia. “Fiquei um ano e quatro meses na fila. Cheguei a ficar em estado muito grave, mas desde que fui operada, minha vida é normal. Tenho apenas de fazer acompanhamento de três em três meses”, contou a dona de casa Raimunda Freles de Barros, 61 anos.