Festa alemã. E um pouco espanhola.

Barcelona e Real Madrid estão acostumados a aplicar goleadas nos adversários que encontram pela frente. Só no Campeonato Espanhol, golearam 22 vezes. Foram 11 a favor de um e outras 11 a favor de outro. Poucas delas foram goleadas básicas, com o placar clássico de 3 x 0. É 5 x 1 pra lá, 6 x 0 pra cá e por aí vai.

Pois hoje os torcedores de Athletic Bilbao, Ossasuna, Mallorca, Celta, Real Sociedad, Getafe, Rayo Vallecano, Zaragoza e outras vítimas dos dois gigantes espanhóis vão acordar satisfeitos. Afinal, o noticiário esportivo estará repleto de referências à desastrosa semana de seus algozes.

Na terça-feira, o Barcelona foi engolido pelo Bayern em Munique. Muito superior em todos os aspectos do jogo, o time alemão fez 4 a 0 na turma do Messi. Com marcação implacável, não permitiram que o Barcelona criasse uma chance de perigo sequer. E falamos de um time que fez gol em todos os 32 jogos do Espanhol. Fez gol é modo de dizer. A média do Barça é de 3,09 gols por partida. Só sete times do campeonato conseguiram marcar mais do que os 43 gols que Messi fez sozinho.

Pois esse timaço foi humilhado em Munique. Levou uma aula de futebol semelhante à que deu ao Santos na final do Mundial de Clubes de 2011.

Vinte e quatro horas depois, foi a vez do Real Madrid ser exposto à mesma situação desconcertante. “Favorito” no confronto, foi engolido por um time que tem 20 pontos a menos do que o Bayern no Alemão.

O Borussia teve um início arrasador, fez 1 a 0 logo de cara, criou outras chances e, no final do primeiro tempo, cometeu um erro grotesco (coisa que o Bayern não fez na véspera). O Real agradeceu, empatou o jogo com Cristiano Ronaldo e deu a impressão de que deixaria Dortmund com um bom resultado.

Foi só impressão.

Os alemães foram ainda melhores na etapa final. Lewandowski, que já tinha feito o primeiro gol, marcou mais três e levou a Muralha Amarela, já vibrante por natureza, ao delírio.

Incapaz de marcar um gol sem a ajuda alemã, o Real Madrid também saiu de campo goleado. Foi envolvido como poucas vezes se viu e deve estar satisfeito por não ter sofrido uma derrota ainda mais expressiva.

Hoje, portanto, as inúmeras vítimas dos dois gigantes da Espanha podem se sentir vingados. Os poderosos Barcelona e Real Madrid foram abatidos com facilidade. Não conseguiram atacar, não conseguiram se defender. Saíram de campo cabisbaixos, quase eliminados, envergonhados. A festa alemã também foi um pouco espanhola.