JULIANNE CERASOLI

Ferrari com problemas?

Julianne Cerasoli
16/05/2015 às 14:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 13:32

As notícias corriam pelo paddock da Fórmula 1 há algumas semanas: a FIA não estaria satisfeita com o fluxo de combustível utilizado por alguns fornecedores de motores e os alvos seriam especialmente Mercedes e Ferrari. Nas próximas etapas, mudaria a forma de verificar se o limite regulamentar de 100kg/h estava sendo respeitado. O aperto na verificação veio no GP da Espanha. E o déficit da Ferrari para a Mercedes chegou aos maiores níveis no ano. Correndo na mesma estratégia do vencedor Nico Rosberg na Espanha, Sebastian Vettel perdeu, em média, 0s687 por volta, cerca de três a quatro décimos a mais do que em provas anteriores. É o mesmo que, calcula-se, o time ganharia com a brecha encontrada para burlar o fluxo máximo de 100kg/h. Estaria a Ferrari fora das regras no início do campeonato ou seria apenas uma coincidência? O chefe Maurizio Arrivabene parecia bem confortável após o GP, dizendo que, se a equipe errou no caminho do desenvolvimento do carro, “teria a humildade de dar um passo atrás”. Talvez um pouco confortável demais, indicando que os jornalistas estavam apontando o motivo errado. Afinal, isso foi praxe nos últimos anos e seria altamente preocupante caso se repetisse mesmo depois de uma extensa revisão do túnel de vento e do processo de desenvolvimento das peças. O que Arrivabene preferiu dizer que o final de semana foi estranho em Barcelona — de fato, o vento da sexta-feira atrapalhou não apenas o equilíbrio dos carros, como também a durabilidade dos pneus, por ter jogado muita sujeira na pista. Mas não a ponto da equipe se perder totalmente, justamente na pista em que mais anda no ano devido aos testes. As características do traçado ou os compostos também não explicam tamanha diferença — talvez seria razoável pensar em algo como o visto na China, mas a distância na Espanha foi mais de duas vezes maior. Tudo isso aponta a questão do combustível como única explicação plausível. A FIA instalou sensores adicionais em trechos do “caminho” do combustível, a fim de evitar manobras utilizando as pressões para criar espécies de reservatórios de combustível que, quando usados, dariam uma potência maior — e acima da permitida. Isso seria mais notado em curvas mais lentas, nas quais é requerida maior tração. Caso isso se confirme, seria um duro golpe para a Scuderia, justamente antes de Mônaco e Canadá, duas pistas em que a tração é fundamental. E, também, ainda que não no campeonato em si, pelo menos na promessa de que as corridas seriam mais disputadas.

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