NEGOCIAÇÃO

Feliz, Michel Bastos quer renovar contrato

Autor de gols decisivos e líder de assistências, jogador concedeu entrevista para falar da Libertadores

Agência Estado
30/04/2015 às 09:19.
Atualizado em 23/04/2022 às 15:17

Em oito meses no São Paulo, o meia Michel Bastos conseguiu vencer a desconfiança da torcida e agora é titular incontestável. Autor de gols decisivos e líder de assistências no ano, o jogador concedeu entrevista exclusiva para falar da Copa Libertadores e garantir que a vitória sobre o Corinthians marcou o reinício da equipe na temporada.Agência Estado - A vitória sobre o Corinthians virou o modelo de atuação para o São Paulo seguir?Michel Bastos - Quando se conquista um resultado positivo num jogo em que a equipe foi bem em todos os quesitos, tem de pegar esse jogo como exemplo e tentar manter ou melhorar. Temos de pegar o jogo como ponto de partida. Estamos nas oitavas da Libertadores e depois tem o Brasileiro, então vamos dizer que daqui se começa do zero. E é sempre bom iniciar com confiança, vindo de uma grande vitória.AE - O São Paulo caiu no lado difícil do mata-mata da Libertadores e para ir à semifinal pegará Cruzeiro e River ou Boca. O que vocês acham disso?Michel Bastos - Gosto de desafios, até para valorizar a vitória e uma boa atuação, contra uma grande equipe. Lógico que se fosse escolher tentaria facilitar, mas eu tento levar para o lado positivo. É bom poder enfrentar um Cruzeiro, um Boca ou um River porque isso te dá oportunidade para jogar um clássico, contra uma equipe grande, e amanhã ter história para contar. Posso dizer que joguei na Libertadores e fiz um gol contra o Corinthians em um jogo decisivo. Posso contar isso para o meu filho e ficar marcado.AE - Você extravasou bastante na comemoração.Michel Bastos - Sempre extravaso bastante quando faço gol. Mas não tenho nada contra o Corinthians, só defendo a camisa do time em que jogo. Quem está do outro lado quer ganhar e fazer gol no São Paulo, e do nosso lado também tem essa vontade. Não vou mentir: a gente precisava ganhar aquela partida e eu pude ajudar.AE - A cada fase que passa pode significar o último jogo do Rogério Ceni pela Libertadores. Ele fala isso para vocês?Michel Bastos - O Rogério passou para todos nós o que é ganhar uma Libertadores e isso deu um gás para todos nós. Alguns aqui são novos, outros têm mais experiência, como eu, com quase 32 anos, e é a minha primeira Libertadores. Logo na estreia estou em um grupo que tem condições de ser campeão. Com certeza o fato de o Rogério ter exposto para a gente que ele não quer parar no meio do caminho nos incentivou.AE - O que mais te surpreendeu na Libertadores?Michel Bastos - O nível técnico talvez não se compare à Liga dos Campeões, mas o nível de agressividade, contato com o jogadores, é muito mais forte. É muito mais pegado. Um jogo que vi que o time veio aqui só para bater foi contra o Danubio. Os times muitas vezes esquecem de jogar bola.AE - Como está a sua renovação de contrato (o vínculo termina no fim do ano)?Michel Bastos - Já expus que tenho vontade de permanecer no São Paulo, pelo que venho vivendo e pelo meu bom relacionamento com os torcedores, treinador, comissão técnica e diretoria. Não esperava que fosse dessa forma. Todo mundo aqui hoje aposta no meu futebol. Não tenho vontade de sair. Vim aqui com um contrato curto, mas tanto eu como o São Paulo já falamos sobre a vontade de continuar. Tenho certeza de que vai ter acordo logo.AE - Você sentia falta de ter uma passagem longa por um clube brasileiro?Michel Bastos - Sempre tive vontade de voltar, pelo fato de ter ficado muito pouco tempo aqui. Foi comprovado na minha chegada ao Brasil que a maioria das pessoas não conhecia o meu futebol, apesar de eu ter jogado uma Copa pela seleção. Vi que muita gente tinha um ponto de interrogação sobre o Michel Bastos. Sempre quis ter a vontade de voltar e mostrar quem eu sou. Fico feliz de hoje poder mostrar isso. Queria voltar e ter uma estadia maior.AE - Recebeu sondagem para ser naturalizado?Michel Bastos - Tive uma pequena reunião com pessoas da comissão técnica da seleção francesa, um encontro no sentido de colocar o negócio em pauta. Acabei até me naturalizando e com certeza, se tivesse vontade de jogar pelo país deles, seria convocado. Mas desde o começo falei que não tinha intenção. Até quando me fizeram pela primeira vez a pergunta falei que não abria mão de tentar um dia jogar pela seleção do meu país.AE - Você ficou frustrado por não ter voltado à seleção depois da Copa de 2010?Michel Bastos - Fomos eliminados na Copa do Mundo, a base daquela seleção saiu e eu fui no embalo. Voltei para o Lyon, fiz boas temporadas, tanto como a que fiz pelo São Paulo. Mas ficou marcado pelo fato de eu ter ido para uma Copa do Mundo não tão reconhecido como os jogadores que estavam lá. Faz parte.AE - Na sua opinião houve uma "caça às bruxas"?Michel Bastos - Alguém tem de pagar o pato. Depois da Copa continuei mantendo um bom nível no Lyon e via que as chances de voltar eram remotas, por isso passei a focar no meu clube mesmo. Nunca vou abrir mão de seleção brasileira, mas hoje minha prioridade é o São Paulo. E, se fizer bem o meu trabalho aqui, vou colher alguns frutos.

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