JOGO RÁPIDO

Felipão e Mattos

Coluna publicada na edição de 30/8/19 do Correio Popular

Carlo Carcani Filho
ccarcani@gmail.com
30/08/2019 às 01:00.
Atualizado em 30/03/2022 às 17:52

O Palmeiras esteve muito perto de avançar à semifinal da Libertadores. Jogando bem, venceu o Grêmio em Porto Alegre com um golaço de Scarpa. Na volta, começou melhor, abriu o placar com Luiz Adriano e ficou com a mão na vaga. Afinal, só seria eliminado se levasse ao menos dois gols. E falamos de um Palmeiras que levou dois gols nas nove partidas anteriores do torneio, ambos fora de casa. Cebolinha destruiu esse paredão verde em quatro minutos. Primeiro empatou com um difícil chute, de primeira e sem ângulo. Em seguida, fez brilhante jogada e a bola sobrou para Alisson marcar. O Palmeiras ainda teve mais de uma hora para buscar a classificação e por um período até deu a impressão de que alcançaria seu objetivo. Criou chances reais e esteve perto de empatar. Mas na etapa final o Grêmio ajustou a marcação e conseguiu manter a bola longe de sua área. Segurou a vantagem e fez a festa no Pacaembu. A eliminação gerou turbulência no Palmeiras e o trabalho de Felipão foi contestado por imprensa e torcida. O Palmeiras convocou uma entrevista para anunciar que o treinador está mantido e que em nenhum momento pensou em mudança. Os argumentos — bons, por sinal — são de que o treinador foi campeão brasileiro há poucos meses e que o time bateu “recorde atrás de recorde” sob o comando de Felipão. Nos últimos meses, porém, o time perdeu essa capacidade de colecionar vitórias e marcas expressivas. Fica claro que falta ao Palmeiras um repertório ofensivo capaz de obter um aproveitamento compatível com a qualidade do elenco. Felipão não é questionado apenas pela eliminação diante do forte Grêmio, mas também pela queda de produção no Brasileirão. Depois de liderar com folga, foi ultrapassado por Santos e Flamengo e alcançado pelo São Paulo. A campanha, não se discute, ainda é excelente. Mas a queda de rendimento é notória. Em parte pela qualificação de alguns concorrentes, em parte pela perda de poder de fogo do Palmeiras. Quem anunciou a permanência de Felipão foi o diretor de futebol Alexandre Mattos. Curiosamente, é o trabalho dele que merece uma reavaliação ainda mais rigorosa por parte do clube. O Palmeiras gastou muito em reforços e em várias ocasiões queimou dinheiro. O Flamengo, seu maior concorrente no que se refere ao poder econômico, montou um elenco bem melhor, com mais qualidade e poder de decisão. Mattos fez várias contratações de alto custo e nenhum retorno técnico. Com a ascensão do time carioca, o Palmeiras deveria repensar se vale a pena deixar que Mattos continue responsável pela montagem do time.

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