Grupo protesta contra presidente da Comissão de Direitos Humanos durante culto em Ribeirão
O pastor, deputado e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Marco Feliciano (PSC), enfrentou na noite desta segunda-feira (11) mais um protesto de grupos ligados aos direitos de homossexuais e outras minorias. Desta vez, a manifestação foi em um culto do pastor na Catedral do Avivamento, na Vila Tibério, em Ribeirão Preto. Ele costuma ir à igreja todas as segundas-feiras.
Feliciano, que é de Orlândia, na região de Ribeirão, é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal (STF): um inquérito que o acusa de homofobia e uma ação penal na qual é denunciado por estelionato. A defesa do parlamentar nega as duas acusações.
Na noite desta segunda, cerca de 300 pessoas carregavam cartazes com frases como “Amaldiçoado é seu preconceito” e “Marco$ Feliciano assassino dos direitos humanos”, além de chamar o pastor de homofóbico e racista, aos gritos, na porta da igreja. Também houve algumas provocações aos fiéis, que apesar do tumulto, puderam entrar no culto. Não foram registradas agressões. Duas equipes da Polícia Militar acompanharam o ato.
Foi o primeiro culto de Feliciano na igreja desde que ele foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos, na semana passada. Em seu discurso aos fiéis, ele disse que não recuará “jamais” de seus ideais e que está sendo perseguido pelas suas convicções religiosas. “Em breve, se não fizermos nada, teremos uma inquisição, mas ao contrário. Estão me perseguindo por expressar minha fé. Mas eu não recuarei jamais, estou disposto a morrer pelos meus pensamentos”, disse.
Ele também afirmou que vai continuar defendendo os preceitos cristãos na Câmara. “Estou deputado, mas sou pastor. Os ativistas dizem que meu ingresso na comissão (dos Direitos Humanos) é um retrocesso, que vou acabar com todas as conquistas deles. Mas que conquistas são essas? Conquistas contra os valores da família brasileira.”
O pastor disse ainda que tem “história”, já trabalhou pelos pobres, inclusive na África, e não é “um Zé Mané que caiu de para-quedas” na comissão. “Não se pode medir um homem pelos 140 caracteres do twitter. Já deixei de ir a várias festas de aniversário da minha filha porque estava evangelizando pelo País.”
No fim do culto, Feliciano saiu pela porta dos fundos da igreja.
Os manifestantes continuaram no local, mas disseram que não esperavam ser recebidos por Feliciano. “Queremos fazer parte do movimento nacional contra o pastor. Um grupo como este não faz a diferença, mas vários grupos juntos talvez consigam tirar ele (Feliciano) de lá (Comissão dos Direitos Humanos)”, disse Natália Feitosa, 22 anos, estudante que integra a Filomena, grupo de estudantes GLBT da Faculdade de Filosofia da USP de Ribeirão e que ajudou a organizar a manifestação.