MORTES NA MARATONA

FBI investiga ato de terrorismo após explosões em Boston

Explosões durante a maratona de Boston na segunda deixaram ao menos três mortos e 176 feridos

France Press
16/04/2013 às 14:58.
Atualizado em 25/04/2022 às 20:05
O maratonista John Ounao chora ao se encontrar com amigos após várias explosões próximas à linha de chegada da Maratona de Boston, em Massachusetts, nesta segunda-feira (15) (France Presse)

O maratonista John Ounao chora ao se encontrar com amigos após várias explosões próximas à linha de chegada da Maratona de Boston, em Massachusetts, nesta segunda-feira (15) (France Presse)

Os investigadores do FBI (Federal Bureau of Investigation) procuram nesta terça-feira (16) qualquer pista sobre as duas explosões durante a maratona de Boston na segunda-feira (15), que deixaram ao menos três mortos e 176 feridos.

Análise de câmeras de segurança, dos escombros deixados pelas duas bombas artesanais que explodiram com um intervalo de apenas 12 segundos perto da linha de chegada, interrogatório de muitas pessoas que viram ou que acreditam ter visto alguma coisa suspeita... Os investigadores procuram qualquer traço na ausência de uma reivindicação.

"Não temos ninguém sob custódia", insistiu durante uma coletiva de imprensa nesta terça o chefe da polícia, Ed Davis.

Na coletiva, as autoridades pediram aos habitantes de Boston que forneçam "qualquer foto ou vídeo" que possa ajudar na investigação.

"Já recebemos muitas informações", indicou Rick DesLauriers, chefe local da Polícia Federal (FBI) em Boston, que dirige a investigação.

"Estudamos um grande número de indícios e pistas", acrescentou, prometendo uma investigação "mundial" se necessário.

Os investigadores se recusaram a fornecer detalhes sobre o tipo de bomba que explodiu. Também não falam se foi um atentado internacional ou interno. Segunda-feira foi o "Dia dos Patriotas", feriado em Massachusetts.

Nesta terça, as medidas de segurança tinham sido reforçadas em Boston. Muitas ruas próximas dos atentados no centro da cidade continuam fechadas. O governador de Massachusetts, Deval Patrick, declarou que nenhuma outra bomba foi encontrada na cidade.

Feridos em estado grave

Nenhuma outra ameaça foi identificada, insistiu DesLauriers.

Segundo o Boston Globe, a polícia revistou nesta madrugada um apartamento localizado em Revere, na periferia de Boston. Os bombeiros participaram dessa revista, indicando em sua página no Facebook que se tratava do apartamento de "alguém que apresenta interesse".

De acordo com a imprensa, um saudita de 20 anos, que estava próximo ao local de uma das explosões, atualmente hospitalizado com queimaduras, foi interrogado pela polícia. Mas as autoridades insistiram que ainda não há suspeitos e que estão interrogando muitas pessoas.

O chefe da Polícia, Ed Davis, referiu-se nesta terça à "cena de crime mais complexa" que já viu.

Todos os jornais americanos dedicaram suas atenções ao caso, quase 12 anos depois dos ataques de 11 de setembro. "O terrorismo voltou" afirmou o USA Today. O New York Times comparou o palco dos atentados a um "cenário de guerra".

As bandeiras foram hasteadas a meio mastro no Congresso americano, e dez minutos antes de sua abertura, a Bolsa de Nova York respeitou um minuto de silêncio em memória às vítimas, para as quais uma missa será celebrada ainda hoje em Boston.

"Vamos descobrir quem fez isso. Vamos descobrir por que fez isso", declarou segunda-feira à noite o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.

As explosões causaram ferimentos graves em várias vítimas. Algumas tiveram membros amputados.

Entre os 176 feridos, 17 estavam em estado crítico, indicou o chefe da polícia. Cerca de dez crianças estão entre os feridos. Um dos três mortos era um menino de 8 anos, Martin Richard. Sua irmã perdeu uma perna e sua mãe está gravemente ferida, segundo a imprensa local.

'Uma tragédia sem sentido'

Os talibãs paquistaneses, ligados ao ataque frustrado com carro-bomba na Times Square em maio de 2010, negaram nesta terça-feira qualquer responsabilidade neste novo caso.

Várias cidades, incluindo Nova York, Washington e São Francisco, reforçaram suas medidas de segurança.

Em Nova York, as mochilas estavam sendo revistadas na estação de Penn station, enquanto na Times Square a presença policial foi visivelmente reforçada.

Cerca de 23.000 corredores participavam da Maratona de Boston (42 km), uma das mais tradicionais do mundo.

A primeira bomba explodiu às 14h50 (15h50 de Brasília) na calçada da avenida percorrida pelos maratonistas em meio a uma maré de bandeiras coloridas, levantando uma espessa fumaça e provocando pânico entre os espectadores presentes.

As pessoas começaram a gritar, algumas tentavam fugir pulando barreiras, outras não conseguiam se levantar em meio ao sangue.

O duplo atentado foi condenado de forma unânime pelo mundo.

Na França, o presidente François Hollande manifestou "total solidariedade" do país às autoridades e ao povo americanos.

Na Rússia, o governo considerou o ataque uma "séria advertência" para o país, que receberá vários eventos esportivos nos próximos meses, incluindo os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi-2014.

E o Papa Francisco lamentou a "tragédia sem sentido" durante a Maratona de Boston, e fez um apelo aos habitantes daquela cidade a não se deixarem "vencer pelo mal", em uma mensagem de condolências.

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