'Fausto', de Sokurov, é cheio de meandros e simbologias

Este é só para cinéfilos inveterados. 'Fausto', do russo Aleksandr Sokurov (2011), que o Telecine Cult exibe neste domingo (28), às 22h, ganhou o Leão de Ouro em Veneza, porém é um filme complexo, bem ao estilo do diretor e que fecha a tetralogia sobre a natureza do poder. Livremente inspirado no conto 'Fausto', do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), narra a história de um pensador, rebelde e pioneiro (o alemão Johannes Zeiler), mas também um ser humano anônimo feito de carne e sangue, governado por impulsos internos, cobiça e luxúria. Trata-se de um filme grandioso, operístico, cheio de meandros e simbologias dessa lenda alemã no qual o protagonista vende a alma para o diabo e se apaixona pela bela Margarete (Isolda Dychauk). Mas há uma digressão que precisa ser feita: a abertura é quase insuportável, pois há a dissecação de um cadáver, nada, nem um pouco agradável de assistir — de um realismo chocante. Como se vê, o filme apresenta lá seus problemas para ser digerido. Mas há compensações, como a beleza e a maneira de encenar este drama.