Na sexta-feira, eu e o repórter Paulo Santana entrevistamos o técnico Guto Ferreira aqui na redação. Um dos assuntos foi o jogo de hoje entre a líder Ponte Preta e o São Bernardo, que chegou à 9ª rodada dividindo a lanterna com o São Caetano.
Invicta e confiante, a Macaca vem de uma vitória marcante sobre o Santos. O São Bernardo, que não vence há três rodadas, entra em campo com um peso enorme nas costas, pressionado pela necessidade de deixar a zona de rebaixamento.
A Ponte é favoritíssima e cabe a Guto lembrar os seus atletas que isso só vai se confirmar se o time executar o seu trabalho corretamente dentro de campo. O treinador citou que vários fatores interferem no rendimento de um atleta, ainda mais em um esporte com tantas variáveis como o futebol.
Um dos fatores pode ser exatamente o excesso de confiança. Entrar em campo motivado, consciente da força da equipe, é muito bom, desde que a crença na própria capacidade nunca se transforme na certeza de que a vitória está na mão.
Contra um time grande e um craque badalado, como aconteceu na semana passada, a concentração atinge seus limites máximos, por dois motivos. A vontade de derrotar o Santos de Neymar é enorme, assim como a consciência de que, desatento, o time corre o risco de passar vergonha.
Hoje é ao contrário. Uma vitória sobre o penúltimo colocado não dá grande repercussão e, por maior que seja o respeito, um adversário que fez dez gols e sofreu 19 não mete medo. Cabe a Guto trabalhar para que a Ponte entre em campo para fazer o que sabe, sem se preocupar com o prestígio do adversário.
Em Itu, o Guarani luta por sua segunda vitória consecutiva. Durante o jogo, Branco pode utilizar jogadores como Fumagalli e Fernando Gaúcho. O primeiro tem muita qualidade e dispensa comentários. Bem fisicamente, pode ajudar muito.
Fernando Gaúcho é uma incógnita. Marcar gols pelo Alecrim é uma coisa, balançar a rede no Paulistão é outra. No caso dele, um outro fator extra-campo pode fazer a diferença. Gaúcho está muito feliz por voltar ao Guarani. No tempo em que esteve fora, foi várias vezes ver jogos no Brinco, a família dele é bugrina e sua satisfação por voltar é notória.
O simples fato de vestir verde não vai fazer dele um jogador melhor, mas, feliz, conseguirá render tudo o que pode. E ter um jogador assim é importante para um Guarani que reformulou seu elenco durante o campeonato e convive com problemas extra-campo que afetam a autoestima do elenco. Fernando Gaúcho tem identidade com o clube, desejava voltar e está ansioso para disparar flechadas.