Paola, na Calábria, no ano de 1847, foi o berço de Vincenzo Caruso, um homem simples, pobre e analfabeto, porém dotado de grande sensibilidade. Em companhia da mulher, Ana Maria Provenzano, calabresa e também residente em Paola, ele emigrou para o Brasil em 1880, atraído pelos relatos otimistas de outros conterrâneos que tinham cruzado o Atlântico em busca de uma vida mais digna e menos sofrida.
Sem recursos, os dois se sujeitaram a uma viagem em navio de imigrantes. Quando chegaram ao Brasil, decidiram morar em Campinas e na cidade tiveram seus filhos: Fioravante (que trocou o nome para Florêncio), Severina, Vitor, Umberto, Júlio e Romeu.
O artista Florêncio (1884-1962) teve nove filhos, sendo que cinco homens e duas mulheres seguiram seus passos, enveredando-se pela carreira artística na pintura. Os outros dois optaram por caminhos diferentes: Júlia Caruso de Faria Alvim tornou-se pianista e concertista e Rubem Caruso, escritor e jornalista.
Na coluna de hoje, falo de Vicente, um dos filhos de Florêncio. Na próxima edição, o homenageado será Salvador.
Múltiplos talentos
Tudo bem que poucos vão se lembrar de Vicente Caruso (1912-1986), mas a maioria das pessoas conhece ao menos uma obra do artista, presença em lares de todo o Brasil.
É a imagem de Cristo, reprodução de um famoso quadro de sua autoria. Se Vicente tivesse pintado apenas o Cristo já bastava, mas sua obra é bem mais ampla. Poucos artistas souberam transportar para a tela, como ele fez, a beleza da mulher brasileira.
Também criou calendários maravilhosos como os que produziu para a indústria de pneus Goodyear com pin-ups maravilhosas (foto).
Não vou escrever mais para dar espaço aos trabalhos do artista, pois isso é o que vale.