CAMPINAS

Falta vacina contra a gripe A em clínicas da cidade

Notícias sobre as mortes provocadas pelo vírus H1N1 aumentaram a procura por imunização

Patrícia Azevedo
29/05/2013 às 05:02.
Atualizado em 25/04/2022 às 14:17

O aumento dos casos de mortes provocadas pela gripe A (H1N1) provocou uma corrida às clínicas de vacinação de Campinas. Em alguns estabelecimentos já não há doses para imunizar aqueles que se dispõem a pagar cerca de R$ 120,00. O preço pela dose também aumentou. “No início da campanha a vacina era vendida a R$ 90,00. Agora já estamos vendendo a R$ 120,00 porque quando aumenta a demanda, o preço sobe”, disse a gerente de uma clínica que não quis se identificar.

Nas clínicas em que a vacina é encontrada, o estoque já está baixo. “Nós temos pouca quantidade porque está difícil de encontrar a vacina. A procura aumentou muito nas últimas semanas e os laboratórios não estão dando conta de produzir a quantidade suficiente”, afirmou a gerente.

O pediatra Tadeu Fernandes tem uma clínica de vacinação e disse que a distribuição nos laboratórios está sendo fracionada. “Eles entregam poucas doses por semana porque a procura aumentou muito”, contou. Segundo Fernandes, as notícias de mortes por H1N1 assustaram as pessoas e a procura pela imunização foi de 10% a 20 % maior. “As pessoas estão se conscientizando mais e conforme acontece a divulgação das mortes, elas procuram as clínicas”, disse.

Na Clínica Lane, o pediatra Alfredo Daniel Lopes afirmou que o estabelecimento recebe lotes esporadicamente. “Os lotes esgotam e fica uns dias sem vacina. O que está acontecendo é um desabastecimento temporário devido à campanha”, disse. Segundo ele, as pessoas estão mais conscientes e quando chega a vacina, já tem reserva e esgota tudo.

Depoimentos de pacientes que tomaram a vacina corroboram a tese de que as notícias sobre a doença influenciaram a decisão de procurar uma clínica particular. A jornalista Pamela Zanutello contou que as notícias sobre a doença influenciaram a sua decisão de, há três semanas, tomar a vacina. “Fazia três anos que não tomava, tive uma gripe muito forte e resolvi tomar a vacina”, disse.

O escriturário Rubens Silva disse que apesar de não estar no grupo de risco, decidiu procurar uma clínica. “O medo de contrair o vírus e passar para a família é grande”, afirmou.

A publicitária Helga D’Ottaviano garantiu a vacinação da sua família ainda em abril para assegurar uma proteção maior o quanto antes. “Um médico amigo nosso explicou que a gente deveria tomar o quanto antes para que estivéssemos protegidos no período de maior circulação do vírus”, afirmou.

Balanço

Subiu para cinco o número de mortes decorrentes da gripe A (H1N1) na região de Campinas. Campinas e Americana confirmaram mais duas mortes anteontem. Com isso, Campinas soma três mortes e Americana, duas. Em Campinas, a última vítima foi uma mulher de 64 anos que morreu no último dia 20. Ela tinha uma doença crônica e não foi vacinada. Outros sete casos de gripe A (H1N1) foram confirmados na cidade. Ao menos 24 estão sendo investigados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Em Americana, o vírus H1N1 vitimou uma jovem de 26 anos que havia dado à luz gêmeas prematuras há 10 dias. De acordo com a Secretaria da Saúde do município, Nayara Scomparim morreu no último domingo, no Hospital Samaritano, em Campinas, depois de passar por três hospitais e ficar internada 18 dias.

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