PAULÍNIA

Falta de incentivo esvazia o polo de cinema

Produção de filmes cai drasticamente e complexo ficam em estado de abandono

Fabiana Marchezi
igpaulista@rac.com.br
05/05/2013 às 05:21.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:39

O fim dos incentivos da Prefeitura de Paulínia para a produção de filmes esvaziou o Polo Cinematográfico, que custou R$ 490 milhões. Desde 2010, o número de produções rodadas só vem caindo. Naquele ano, no auge dos incentivos, foram gravados dez filmes. Em 2011, o número caiu para sete, e, em 2012, foram feitos apenas quatro. Neste ano, por enquanto, sem nenhum incentivo, são apenas dois rodados no polo. O esvaziamento reflete em todo o Complexo Paulínia Shopping, administrado pela Pró-Shopping, que ficou com vários espaços ociosos, ocupados por vândalos e usuários de drogas.

Agora, a Administração está à procura de parcerias com a iniciativa privada para voltar a movimentar o polo e, consequentemente, o complexo, formado por quatro estúdios de gravação, um de animação, escritório de captação de projetos, shopping, rodoviária e um restaurante — o Espaço Gastronômico, que se encontra em situação de total abandono.

A Escola de Cinema, criada para formar mão de obra para o próprio polo, também está a esmo, mas no segundo semestre o espaço voltará a oferecer 300 vagas em cursos de várias áreas do cinema para alunos do Ensino Médio.

De acordo com a secretária de Cultura de Paulínia, Fernanda Cândido de Oliveira, a ideia é desenvolver projetos que insiram a população. “O que acontecia era que a Prefeitura investia muito alto e não tinha retorno. Agora, estamos preparando um novo edital para que a cidade seja de fato beneficiada. A ideia é que tudo esteja 100% reativado já no segundo semestre, inclusive a escola de cinema”, disse.

Junto com a iniciativa privada, a Secretaria de Cultura lançará no segundo semestre um edital com uma nova metodologia, contemplando longas e curtas, para voltar a movimentar o polo. A secretária ressaltou que os estúdios estão à disposição para produções nacionais, não só para filmes, mas também para programas e séries de TV. “Estamos de portas abertas. Temos uma grande estrutura. Quem quiser usar nosso espaço é só nos procurar.”

Em 2012, a Prefeitura cancelou até o Festival de Cinema, a principal vitrine do complexo. Alegou que os R$ 10 milhões do orçamento seriam usados na área social. “Queremos retomar o festival este ano. Estamos buscando incentivos junto à iniciativa privada para isso também. A ideia é retomarmos o festival de Paulínia ainda neste ano.”

No interior do complexo, alguns espaços estão totalmente abandonados. De acordo com a Prefeitura, uma concessão para uso dos prédios foi feita em 2006, com aluguel fixado em R$ 23 mil. O valor nunca foi pago e a empresa vencedora, a Pró-Shopping, teve 13 meses de carência, segundo o contrato. Desde 2011, o caso está no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A administração tenta reverter a concessão. Até março do ano passado, a dívida da concessionária com a Prefeitura, entre aluguel, água e luz, girava em torno de R$ 1,8 milhão.

A Pró-shopping informou, em nota, que tenta reverter o valor do aluguel na Justiça, uma vez que a concessão previa a utilização de outros prédios, onde seria inclusive instalado um hipermercado. “A Prefeitura, sem prévio aviso ou consulta, excluiu da concessão alguns prédios, o que faz com que o valor inicialmente firmado não possa ser considerado.”

Desde 2008, afirmou a Pró-Shopping, a Prefeitura foi notificada com o intuito de solucionar o impasse, com a definição do valor a ser pago. “Todavia, a Prefeitura jamais se propôs a resolver a questão, equacionando os valores com a devida justiça”, concluiu o comunicado.

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