Exposição reúne trabalhos de cinco fotógrafas de Campinas

A campineira Isabela Senatore estudou fotografia no Art Institute of Boston (EUA) e se apaixonou pela vertente documental. Tanto que ela, há anos, está viajando pelo Brasil para montar um livro sobre devoção. “Quero mostrar os diferentes rituais que acontecem pelo País, mostrar a devoção do homem, a fé. Viajo há muito tempo para fazer esses registros, porque o que mais tem de valor na fotografia é usá-la como um documento, seja de como era a cultura, as roupas, a arquitetura. Tudo vai mudando com a modernidade, mas fotografia registra e fica para a história da cidade, do país, indiferente do que vem por aí.”Algo que Isabela leva tão a sério que decidiu repassar adiante, inclusive para cinco artistas que fazem estudo de arte fotográfica na cidade: Vera Figueiredo, Luzia Castañeda, Vera Orsini, Verena Gyárfás e Sylvia Ferro Naday. Depois de um intenso ano de cursos no estilo, todas decidiram viajar para São Luís do Paraitinga (SP) e Paraty (RJ) para colocar em prática a fotografia documental. Foram cinco dias pelas cidades e, como resultado, elas montaram o coletivo de fotografias 'Divino e Visões', nova exposição que ocupa o Espaço Arte — galeria do showroom do Ateliê Revestimentos — até 1o de novembro.“Nossa ideia era capturar cenas de rua, a arquitetura, e até trabalhar um pouco o abstrato, que foi o caso da Luzia. E por se tratar de fotografia documental, São Luís do Paraitinga foi escolhida porque a cidade passou por aquela enchente e precisou ser reformulada. Fomos por curiosidade, para saber como ela está, e a cidade está impecável, só falta terminar a catedral. Sem contar que tem um clima bem de interior, as pessoas vão trabalhar de bicicleta, a pé. É um município antigo, que fez parte do caminho do ouro. E Paraty tem quase tudo isso, só que no mar”, explica a curadora. Quatro trabalhosCada artista participa do coletivo com quatro fotos, tanto em preto e branco quanto coloridas, alocadas por tema. “Mostramos o homem e a cidade, depois o homem e a natureza; tem também o abstrato. Cada uma tirou uma média de mil fotos para chegar a um acervo de 20, do qual foram tiradas as quatro. Foi uma escolha coletiva e, apesar de todas terem ido juntas, fica muito claro o olhar de cada artista. A fotografia documental é isso, você mostra para as pessoas o que elas não conseguem ver. É uma questão de despertar a sensibilidade. Tanto que, apesar de ser um grupo, cada uma desenvolveu algo diferente.”Serviço Exposição 'Divino e Visões', de Vera Figueiredo, Luzia Castañeda, Vera Orsini, Verena Gyárfás e Sylvia Ferro NadayDe segunda a sexta, das 9h às 18h; sábado, das 9h às 14h. Até 1o de novembroNo Espaço Arte (Rua Conceição, 1.111 - Cambuí) - Campinas. Telefone: (19) 2139-3550De graça