CAMPINAS

Exposição do CCLA homenageia policiais que recuperaram obras

Ação resultou na recuperação de quadro e prisão de 4 membros de quadrilha especializada

Felipe Tonon
14/11/2013 às 06:30.
Atualizado em 26/04/2022 às 12:41

A Direção do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas (CCLA) abre nesta quinta-feira uma exposição exclusiva para homenagear policiais federais e da Delegacia de Investigação Geral (DIG), que na semana passada recuperaram quadros roubados do espaço cultural em agosto. A mostra é composta pelas 23 obras de arte encontradas pela polícia em Piracicaba. Durante a operação, quatro pessoas que faziam parte de uma quadrilha especializada em roubo de obras de arte e peças raras foram presas.“A recuperação dos quadros mostra que a polícia está atenta. Isso nos deixa esperançosos de que as outras obras também sejam recuperadas”, afirmou o presidente do CCLA, Marino Ziggiatti. Foram roubadas 23 telas da coleção de 180 quadros do Centro. Para Ziggiatti, a maior preocupação refere-se às três peças de Campos Salles, que também foram roubadas, além de nove exemplares de uma coleção francesa rara de botânica datada do ano 1.600. Cada livro custa entre US$ 25 mil e US$ 30 mil.“Trata-se de uma quadrilha internacional especializada que rouba sob encomenda. Acredito que estavam interessados na coleção de livros sobre botânica, a mesma coleção que já havia sido roubada do CCLA há uns 3 anos e foi recuperada pela Polícia Federal”, disse Ziggiatti. Ele acredita que os livros raros eram o alvo. “As peças de Campos Salles e os quadros acho que foram levados porque estavam por lá, foi fácil. Espero que as outras peças sejam encontradas, especialmente as três que foram doadas ao CCLA pelo presidente Campos Salles”, afirmou.A exposição hoje será para homenagear o delegado Carlos Henrique Fernandes, titular da DIG, que na ocasião receberá das mãos de Ziggiatti um certificado de agradecimento pelo empenho na recuperação das peças. “Será um ato simbólico para agradecer a todos que ajudaram a trazer de volta a Campinas esses quadros, que pertencem à população.” A exposição ficará aberta apenas hoje, até às 17h, e será aberta ao público.Após o roubo, o prédio que abriga o CCLA ganhou câmeras de vigilância e está implementando um sistema para identificar todas as pessoas que visitam e fazem pesquisas na biblioteca. CrimeO crime ocorreu no dia 8 de agosto. Três meses depois, as polícias Civil e Federal de Campinas desmantelaram a quadrilha que roubava obras de arte e peças raras em todo o Brasil. Quatro pessoas foram presas na quinta-feira passada: duas em Piracicaba e outras duas em São Paulo. Os quadros levados de Campinas estavam em um antiquário de Piracicaba, onde seriam comercializados.Um dos chefes do bando, Vanique Bueno, de 54 anos, e Ivalu Santana Sakamoto, de 27, foram identificados por funcionários do CCLA. Laéssio Rodrigues de Oliveira, de 40 anos, e Jane Cristina Teixeira da Silva, de 39, que estavam em São Paulo, também estão na cadeia. Cada um deles desempenhava uma função diferente. De acordo com a DIG, Bueno organizava como seriam os roubos. Ele tinha diversas passagens pela polícia por roubo e sequestro. Laéssio era o mentor intelectual do grupo, responsável em analisar o valor de mercado das obras. A jovem Ivalu Sakamoto, que é estudante de direito, fazia o estudo dos locais roubados antes das ações e facilitava a entrada dos ladrões. A investigação também mostrou que Jane não participava dos roubos, mas dava abrigo aos bandidos em sua própria casa, na cidade de São Paulo. A polícia agora trabalha para localizar as outras obras de arte que continuam desaparecidas. Além disso, investiga a participação de mais pessoas que possam fazer parte da quadrilha. (Colaborou Delma Medeiros)

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