Depois de mais de duas horas de explicações aos vereadores, o diretor da Fundação Santa Lydia, Ariclenes Garcia da Silva, deixou a sensação de não ter informado todos os pontos perguntados. Mais de um vereador falou a respeito do assunto, um deles foi o autor da convocação Ricardo Silva (PDT) que pediu “respostas mais concretas”. Um dos parlamentares chegou a falar em off para a imprensa que o diretor pertence à escola da prefeita Dárcy Vera (PSD) e que está bem treinado. Ariclenes foi chamado a explicar os motivos da dívida da Fundação e até explicou com números, mas não disse, por exemplo, qual o planejamento para cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o Ministério Público Estadual, para quitar as dívidas em 24 meses, se o déficit mensal existe. Afirmou que ampliará o número de parceiros, com maior prestação de serviços à iniciativa privada. Ao final ele disse à imprensa que os vereadores não entenderem porque “são termos muito técnicos”. Mas não é apenas isso. Se bem explicadas, as ações seriam entendidas pela maioria dos vereadores e jornalistas presentes. Questionado sobre o patrimônio do hospital, ele não soube responder de pronto. Acredita que seja próximo de R$ 10 milhões. E o TAC foi assinado justamente porque as dívidas estavam se aproximando do valor do patrimônio do hospital.PAGAMENTO DA UPAEle não explicou, por exemplo, como a fundação recebe a “devolução” de valores pagos a médicos e funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da 13 de Maio, contratados por ela. Antes, aos jornalistas, ele havia dito que a Prefeitura paga todos os valores de salários e encargos sociais e que a Fundação representa apenas um apoio administrativo porque consegue contratar de forma mais rápida.DEDICAÇÃO EXCLUSIVAMas Ariclenes Garcia da Silva explicou muitos outros pontos. Clareou muitas questões que estavam na cabeça dos vereadores. Foi cortês com todos eles, mesmo diante de perguntas mais espinhosas. Em determinado ponto, disse que sua dedicação é tão exclusiva à Fundação e ao Hospital Santa Lydia que já perdeu dois quilos nos últimos dois anos que está no cargo. Sem regime.É VERDADEPor falara em regime e que tais, uma pérola de projeto deu entrada na Câmara nesta quinta-feira (1º). Da lavra produtiva do vereador Paulo Modas (PR), a proposta sugere que as churrascarias que fornecem refeições em forma de rodízio cobrem a metade do preço de pessoas que fizeram cirurgia bariátrica (redução do estômago), para emagrecer. É isso mesmo que você leu. Quem quer perder peso terá desconto em restaurantes.VIROU PIADAO vereador Marcelo Gasparini (PSDB), que juntamente com o irmão gêmeo Maurício fez a cirurgia e voltou a engordar, disse que não poderia apresentar projeto com esse teor, sob pena de ser acusado de legislar em causa própria. Mas disse que pensa em votar a favor. Os dois, mesmo depois da cirurgia, voltaram a ganhar peso. “Com desconto em churrascarias iríamos engordar mais ainda”, brincou.