Mohassess foi obrigado, 30 anos atrás, a se exilar do Irã após ter sido censurado pelo governo por causa de praticar arte iconoclasta e fazer declarações contundentes
Conhecido como o "Picasso persa", ele teve muitas obras destruídas pelo, então, novo governo iraniano chamado de "revolucionário" ( Reprodução)
Dê uma chance ao documentário, visto sempre com desconfiança e preconceito, e assista a Gritos de Felicidade (Max, 23h, 14 anos), da iraniana Mitra Farahani (2014), sobre o artista plástico, também nascido no Irã, Bahman Mohassess, morto em 2010. E não só porque fala sobre arte, mas porque o assunto é político. Mohassess foi obrigado, 30 anos atrás, a se exilar do país após ter sido censurado pelo governo por causa de praticar arte iconoclasta e fazer declarações contundentes. E ainda há quem queira ditadura. Democracia é o melhor que temos; aproveitemos. O filme foi rodado no hotel no qual ele vivia sozinho e recluso em Roma. Conhecido como o “Picasso persa”, ele teve muitas obras destruídas pelo, então, novo governo iraniano chamado de “revolucionário”. Ou seja, mais uma demonstração de que as extremas esquerdas e direitas são faces nefastas da mesma moeda. O filme esteve na seleção oficial de Berlim e foi aclamado pela crítica internacional. Boa oportunidade de conhecer (quem não conhece) a obra do artista com um cinema de qualidade.