Exemplos para grandes e médios

A conquista do Paulistão pelo Ituano está recheada de lições para outros clubes do estado. Para os quatro grandes, a lição é óbvia. O campeão gasta por mês o que vários jogadores de Santos, Palmeiras, São Paulo e Corinthians ganham sozinhos. Os R$ 42 milhões que o Peixe gastou para contratar Leandro Damião seriam suficientes para bancar o elenco campeão por quase 9 anos.Não se discute que o futebol é um esporte que tem resultados surpreendentes com certa frequência, mas clubes com estrutura, torcida, orçamento e elenco dos grandes jamais poderiam perder um campeonato para clubes do porte do Ituano. Aos favoritos, faltou competência para montar equipes de nível compatível com a fortuna que elas consomem mensalmente.Em Itu, sobrou competência. Juninho encerrou sua carreira de jogador em 2010. Em seu último jogo, o Ituano escapou do rebaixamente por milagre, graças a uma incrível vitória de virada sobre a Portuguesa, por 3 a 2.Em seguida, ele iniciou seu trabalho como gestor do clube. Em 2011, escapou da queda para a Série A2 no saldo de gols. Em 2012, somou apenas dois pontos a mais do que o primeiro rebaixado. Em 2013, um gol nos acréscimos do último jogo livrou o time da queda.No jogo de 2010, Doriva já estava no clube. Durante muito tempo exerceu a função de auxiliar técnico e, apesar das campanhas ruins, foi mantido no clube.Em 2014, teve a chance de dirigir o time. E o resultado surpreendeu o País. A defesa consistente, de longe a melhor do campeonato, foi um dos pontos fortes do time, mas o Ituano em nenhum momento jogou na retranca. Marcar muito bem foi a sua principal virtude, mas o campeão paulista também soube o que fazer com a bola nos pés. Nesse aspecto, o exemplo serve para clubes médios, como Ponte e Guarani.No Brinco, a cada seis meses é montado um novo elenco, com novo técnico. É claro que um trabalho péssimo não deve ser mantido, mas além de escolher seus profissionais com mais competência, o clube precisa analisar o trabalho de cada um e ver quem merece continuar e quem é bom, mas foi vítima, por exemplo, de problemas como salários atrasados.Na Ponte, tudo vinha muito bem com Guto Ferreira no ano passado. Depois de uma derrota por 4 a 0 para o Corinthians, o clube iniciou imediatamente seu processo de fritura. O que veio depois foi um rebaixamento. Guto não tinha virtudes para continuar? Então deveria ter sido dispensado no final de 2012. Tinha virtudes, vinha bem e foi infeliz em um jogo? Então deveria permanecer, em busca de resultados melhores mais à frente.Juninho não tomou decisões no calor dos dramas que já enfrentou como gestor do Ituano. E isso contribuiu para que levasse o time ao título do Paulistão.