BASTIDORES

Ex-presidente da Ponte é alvo de investigação

Atual administração da Macaca encontra indícios de irregularidades na gestão de Márcio Della Volpe

Paulo Santana
24/07/2015 às 21:24.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:31
Márcio Della Volpe comandou a Ponte Preta entre 2012 e 2014: "Saí do clube com as contas aprovadas" (Cedoc/RAC)

Márcio Della Volpe comandou a Ponte Preta entre 2012 e 2014: "Saí do clube com as contas aprovadas" (Cedoc/RAC)

A Ponte Preta encontrou indícios de irregularidades e agora busca saber a extensão do suposto rombo deixado pelo ex-presidente Márcio Della Volpe, que comandou o clube entre 2012 e 2014. De acordo com a diretoria, o momento é de reunir provas cabais para confirmar pagamentos "extracontábeis" — a chamada "comissão por fora" — em negociações de atletas e também por contratos firmados de forma diferente daquilo que prevê o Estatuto do Clube. De acordo com o que a reportagem do Correio Popular apurou, as vendas dos direitos do lateral-direito Cicinho para o Santos e do zagueiro Cleber para o Corinthians, em 2013, e a vinda de Renato Cajá do Guangzhou Evergrande, da China, no meio do ano passado, são os casos "mais problemáticos". Oficialmente, Cicinho saiu por R$ 2,5 milhões, Cleber foi vendido por R$ 8 milhões e Cajá veio de graça. Os reais valores, no entanto, são alvos de investigação. A diretoria, que assumiu a condução do clube em novembro do ano passado, ainda apura divergências de assinaturas e até falsificação de firma em acordos com empresas que agenciaram atletas nos contratos de transferências. "Existem indícios de possíveis irregularidades na administração de Márcio Della Volpe. Por isso, abrimos um processo e não podemos falar mais nada até encerrarmos a investigação", resume o atual presidente Vanderlei Pereira. A decisão de abrir o assunto, que vinha sendo conduzido internamente, para toda a comunidade pontepretana se deu depois que a imprensa publicou números das negociações de Rildo, com o Corinthians, Bruno Nunes (Chapecoense), Renato Cajá (Sharjah, dos Emirados) e Alef (Braga, de Portugal), que totalizariam cerca de R$ 8 milhões. Deste total, a Macaca ficará com aproximadamente R$ 3 milhões, que serão utilizados exclusivamente para quitar débitos que teriam sido contraídos na gestão de Della Volpe. "Vão pensar que a Ponte está nadando em dinheiro e isso não é verdade. Existe uma série de fatores envolvendo cada negociação. O que a Ponte receberá é bem pouco", diz o vice-presidente Giovanni Dimarzio. As evidências de irregularidades cresceram depois que a Ponte passou a receber cobrança de intermediários de parte de negociações antigas. "Recebemos documentos que, embora não tivessem sido contabilizados na conta do clube, eram verdadeiros. Diante disso, começamos a fazer os levantamentos que nos levaram a indícios de supostas irregularidades. Tudo ainda está sendo apurado", ressalta o diretor financeiro Gustavo Válio. RESPOSTA O ex-presidente Márcio Della Volpe se mostrou perplexo com a posição tomada, nesta sexta-feira (24), pela diretoria da Ponte Preta ao revelar detalhes de uma apuração que corria internamente. "Não sei nem o que dizer. Não sei o motivo dessa acusação. Saí do clube com as contas aprovadas e tudo parecia estar em ordem. Sinceramente, não sei nem do que estão me acusando", comentou. Della Volpe disse acreditar em revanchismo, mas também disse não ver motivos para isso. "Saí de uma forma tranquila porque fiz o melhor que pude pelo clube. Conseguimos dois acessos, fomos vice-campeões da Sul-Americana e agora estou sendo acusado de algo que nem sei. Não é justo", lamentou. Para ele, o comportamento da atual diretoria só confirma um antigo estilo que impera no clube. "Parece que todo ex-dirigente não presta. Se aconteceu até com o Moisés Lucarelli, imagina, se não poderia acontecer comigo." NOTAS Seguro Questionado em que pé estariam as investigações, o atual presidente não entrou em detalhes: "Ou é 100% ou é 0%". Questionado se não temia um processo por difamação ou algo do gênero por parte do ex-dirigente, Vanderlei Pereira se mostrou seguro: "Não tem perigo."Liberados O meia Roni foi liberado. Em vez de acertar com o Kawasaki Frontale, assinou com o Chapas, do México. O volante Paulinho, liberado há duas semanas, vai defender o Criciúma.

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