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EUA pedem diálogo e compromisso ao Egito

O governo egípcio pediu aos partidários do presidente Mursi que deixem as duas praças ocupadas

France Press
07/08/2013 às 17:11.
Atualizado em 25/04/2022 às 06:08
A porta-voz se recusou a comentar as declarações feitas na véspera pelo senador americano John McCain (foto), que qualificou a destituição de Mursi de um 'golpe de Estado' (France Press)

A porta-voz se recusou a comentar as declarações feitas na véspera pelo senador americano John McCain (foto), que qualificou a destituição de Mursi de um 'golpe de Estado' (France Press)

Os Estados Unidos pediram nesta quarta-feira (7) ao egípcios que busquem o diálogo e o compromisso para responder à crise política do país, após o Cairo anunciar o fracasso da mediação internacional. "Acreditamos que as duas partes devem alcançar um compromisso. Não acreditamos em absoluto que tenha terminado o tempo para o diálogo", declarou a porta-voz do departamento de Estado, Jennifer Psaki. O governo egípcio pediu esta quarta-feira aos partidários do presidente islamita Mohamed Mursi, deposto no começo de julho pelo exército, que deixem "rapidamente" as duas praças do Cairo que ocupam, ameaçando retirá-los à força quando terminar o Ramadã (mês sagrado dos muçulmanos), esta noite. A ameaça foi feita depois do anúncio da nova liderança instalada pelo exército sobre o fracasso da mediação feita pelo subsecretário de Estado americano, William Burns, que retornava esta quarta-feira a Washington, procedente do Cairo. Depois de dez dias de mediações diplomáticas europeias, americanas, africanas e árabes na capital egípcia, o governo instalado pelos militares pôs bruscamente um ponto final nas esperanças internacionais de encontrar uma solução pacífica negociada para o país. "A etapa dos esforços diplomáticos terminou hoje", anunciou a Presidência egípcia em comunicado, referindo-se à mediação de William Burns e do emissário da União Europeia (UE) Bernardino León, entre outros diplomatas que viajaram ao Cairo. "Os esforços não alcançaram os resultados esperados", prosseguiu o comunicado oficial da presidência. "A Irmandade Muçulmana é responsável pelo fracasso dos esforços de mediação", concluiu o comunicado da Presidência. Psaki expressou a "inquietação" dos Estados Unidos diante deste fracasso e manifestou "a esperança de que o diálogo continue". No entanto, a porta-voz se recusou a comentar as declarações feitas na véspera pelo senador americano John McCain, que qualificou a destituição de Mursi de um "golpe de Estado". O governo americano tem evitado usar esta expressão para descrever o que aconteceu com Mursi para não ter que suspender a ajuda militar de US$ 1,3 bilhão anuais que envia ao Egito, pois a lei americana prevê a suspensão de qualquer ajuda em caso de golpe de Estado militar. "Não vou analisar os comentários (de McCain). Temos o subsecretário Burns em campo. Ele representa o governo americano", disse Psaki.

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