JOSÉ TRASFERETTI

Eu vim para servir

José Trasferetti
03/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:56

Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e o lema “Eu vim para Servir” a Conferencia Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB) inicia mais uma Campanha da Fraternidade. Este tema foi escolhido em função da comemoração dos cinquenta anos do Concílio Vaticano II (1962-1965). Na verdade, a Igreja Católica no Brasil espera rever, atualizar e aprofundar sua inserção no mundo, especialmente, na sociedade brasileira. Vivemos um tempo muito complexo e a presença dos cristãos na sociedade se faz necessária pela sua capacidade de discernimento no contexto das ações sociais. O objetivo da campanha é aprofundar, à luz do evangelho, o diálogo e a colaboração entre a igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.   Neste sentido, a Campanha da Fraternidade declina seus objetivos específicos em sete pontos, ou seja: compreender a situação atual, discernir as questões que desafiam a evangelização, fazer a memória do caminho percorrido, aprofundar a questão da dignidade da pessoa humana, incentivar as pessoas e comunidades a exercerem o seu protagonismo, atuar profeticamente, identificar os fatores que constroem a paz e o bem comum.   A Igreja com suas comunidades inseridas na concretude da vida deve estar sempre à serviço da sociedade. Estar a serviço significa sair de si mesmo, ir além dos trabalhos burocráticos, estar disponível para acolher e abraçar o irmão em suas necessidades materiais e espirituais.   Estas atitudes caracterizam a presença de uma igreja missionária que sai de si para ir ao encontro do irmão que clama por mais amor. Uma Igreja em saída, que busca o irmão onde ele está, que sai ao encontro promovendo uma cultura da solidariedade e da paz.   O papa Francisco tem sido um grande exemplo de dedicação ao diálogo na promoção de uma cultura do encontro. Suas palavras certeiras nos tiram do comodismo e nos colocam numa atitude de acolhimento e abertura em direção ás pessoas e ou situações desafiantes da sociedade. O mundo globalizado em suas versões neoliberais está mudando muito rapidamente. As relações sociais no contexto atual são caracterizadas pelas transformações rápidas e bruscas.   É preciso saber reagir com inteligência e sabedoria. Os desafios cotidianos são imensos exigindo bom discernimento no campo cultural e político. A Igreja com sua bagagem concentrada no discernimento ético propõe valores e princípios norteadores de uma sociedade democrática preocupada com a defesa da dignidade da pessoa humana. Uma sociedade democrática exige amadurecimento intelectual, discernimento moral e atitudes compromissadas com a verdade e a vida.   Então, mãos à obra!

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