EDUCAÇÃO

Estudo vê migração de alunos para rede particular

De 2002 para 2011, escolas particulares da região ganharam 7.991 estudantes, enquanto as públicas perderam 10.441

Luís Fernando Manzoli
15/03/2013 às 07:00.
Atualizado em 26/04/2022 às 00:37

Estudantes da rede pública da região de Ribeirão Preto estão migrando para escolas particulares. É a principal conclusão do Censo Escolar de São Paulo, divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), que representa escolas particulares.

De acordo com o levantamento, de 2002 a 2011 as escolas públicas da região perderam 10.441 alunos, enquanto as particulares ganharam 7.991. O estudo – que não distingue as escolas municipais e estaduais – aponta como principais causas para a mudança a queda da natalidade, maior em classes mais baixas nos últimos anos, e o aumento do poder de consumo da população.

“É praticamente um sonho dos pais de classes mais baixas matricular seus filhos em escolas particulares”, disse o presidente do Sieeesp, Benjamin Ribeiro da Silva, que esteve nesta quinta em Ribeirão.

Para o diretor regional do sindicato, João Alberto Velloso, agora é o momento das escolas particulares investirem ainda mais para atrair o novo público consumidor. “As escolas particulares precisam continuar a ser melhores que as públicas”, afirmou.

André Braga, 35 anos, diretor do Anglo de Barretos, esteve no encontro do Sieeesp em Ribeirão nesta quinta e diz que sente a migração de estudantes. “Nem tanto quanto outras escolas, mas no nosso cursinho já vemos um movimento grande de alunos que encerram o ensino fundamental na rede pública e buscam um preparo melhor para o vestibular e o Enem”, disse.

SEM COMPETIÇÃO

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde disse que não tomou conhecimento da pesquisa, mas que o objetivo da pasta é cumprir a lei e oferecer uma educação universalizada para quem procurar a rede. Segundo a secretaria, não é objetivo do Estado “competir” com as escolas particulares.

A Prefeitura de Ribeirão foi procurada para comentar o assunto, mas não enviou resposta até o fechamento da reportagem.

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