MEDO

Estudantes são vítimas de onda de assaltos no Centro

Problema já fez mais de 15 vítimas em menos de dois meses, segundo alunos da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac)

Gustavo Abdel
17/06/2015 às 07:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:28
Campus central da PUC-Campinas, na Rua Marechal Deodoro (Janaina Ribeiro/ Especial para AAN )

Campus central da PUC-Campinas, na Rua Marechal Deodoro (Janaina Ribeiro/ Especial para AAN )

Uma recente onda de assaltos na região central de Campinas já fez mais de 15 vítimas em menos de dois meses, segundo alunos da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Eles cobram das instituições e das autoridades mais segurança nos horários de saída das aulas e patrulhamento na redondeza.A ação dos bandidos acontece, geralmente, nas primeiras horas da manhã e no final de tarde. Testemunhas afirmam que a presença de um rapaz magro, com moletom e sempre de boné é frequente nos assaltos. As duas instituições de ensino enviaram ofícios à Polícia Militar (PM) e à Guarda Municipal (GM) solicitando para intensificarem as rondas.Na PUC-Campinas, as principais vítimas são mulheres e que estudam na faculdade de Direito, no campus central, no período da manhã. Uma comissão de alunos, entre eles vítimas de assaltos nas imediações, se reuniu com a direção da faculdade cobrando mais segurança. Na última sexta-feira, os alunos fizeram um abaixo-assinado pedindo providências urgentes.“Toda semana temos registros de pessoas assaltadas, principalmente mulheres. Eu moro na quadra ao lado do prédio da PUC e vi uma jovem sendo esfaqueada no mês passado. Há umas três semanas, escutei gritos de um rapaz e depois fui informada que se tratou de um outro assalto. Aumentaram muito os casos”, disse a estudante do 5° ano do curso de Direito Mayara Santos Lara Romeu, de 26 anos.Segundo relatos das vítimas, o rapaz que estaria praticando o roubo age sozinho, armado com um canivete, e ataca, principalmente, na região da Rua Sacramento até a Avenida Anchieta. Há relatos de que esse mesmo rapaz estaria atacando também na Avenida Orosimbo Maia. Estudantes afirmam que ele segue as alunas do Senac que se dirigem para os pontos de ônibus naquela via.Três amigas da estudante de Direito Giovana Rodrigues, de 18 anos, também foram assaltadas nas redondezas da PUC. “Os assaltos foram faz uns 15 dias, e de tarde e à noite”, disse. Na segunda-feira (15), a estudante aguardava a mãe dentro da universidade, ao lado da guarita do segurança. A onda de assaltos é crescente faz dois meses, apontam os estudantes.Na saída de alunos do Senac, eles dizem, a atenção precisa ser redobrada. “As ruas são muito escuras para quem sai do Senac e vai até a Anchieta pegar ônibus. Uma colega teve R$ 150,00, celular e documentos levados quando estava descendo a Rua Marechal Deodoro”, disse uma aluna do Senac que preferiu não ter a identidade divulgada.Já o aluno de Direito Daniel Salviani Junior, de 57 anos, foi abordado, há um mês, por um bandido enquanto estava no caixa eletrônico de um banco ao lado da PUC, por volta das 6h45. “Eu estava no caixa e o rapaz se aproximou com a mão dentro de uma sacola, dizendo para eu sacar o limite. Ele disse que estava acompanhado”, contou o estudante. “Com a reforma da (avenida Francisco) Glicério, o movimento no trecho de obras é baixo, o que facilita para os assaltantes abordarem quem desce por ali”, acredita.Em nota, a PUC-Campinas confirmou que um grupo de alunos procurou a direção da Faculdade de Direito e relatou problemas nas imediações do campus central. “Essas questões foram levadas pela PUC-Campinas à Polícia Militar e providências foram solicitadas pela universidade”, informou.O Senac reafirmou o seu compromisso com a segurança e bem-estar dos alunos e funcionários. “Ciente de ocorrências no último mês nas imediações da unidade Campinas, o Senac informa que, recentemente, enviou ofícios para a Polícia Militar e para a Guarda Municipal solicitando a ampliação da ronda escolar”, posicionou-se.PM e GM afirmam que as rondas foram intensificadasO tenente-coronel Marci Elber Rezende, do 8° Batalhão da Polícia Militar (PM) de Campinas, informou que no levantamento da corporação de casos ocorridos na região da PUC-Campinas e do Senac constam registrados quatro delitos em maio. O policial afirmou que pode estar havendo uma subnotificação, ou seja, as vítimas não estariam registrando boletim de ocorrência (BO) dos furtos e assaltos, conforme orienta a polícia.“Conversei com as vítimas e tudo indica que os crimes estão sendo cometidos por morador de rua. Intensificamos o patrulhamento naquela região e, na semana passada, fizemos uma operação com vistas a moradores de rua”, disse o tenente-coronel. “Não estamos insensíveis àquela região, e já temos a descrição do autor, que estaria usando um canivete”, acrescentou. O policial informou que, desde o início do ano, há registro de dois roubos a veículos naquela região.A Guarda Municipal (GM) também confirmou ter recebido a solicitação das instituições de ensino e informou que, desde então, o patrulhamento tem sido feito com reforço em todo o Centro. 

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