UNICAMP

Estudantes decidem desocupar reitoria após 13 dias

Após a votação, estudantes decidiram que deixarão o prédio apenas na segunda-feira, dia 21

Da redação
16/10/2013 às 17:09.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:59
Estudantes mudaram local da assembleia devido a chuva que caiu na cidade nesta quarta-feira (16) (Dorinaldo Oliveira/AAN)

Estudantes mudaram local da assembleia devido a chuva que caiu na cidade nesta quarta-feira (16) (Dorinaldo Oliveira/AAN)

Os estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), após 13 dias de ocupação, decidiram, no início da tarde desta quarta-feira (16) desocupar o prédio da reitoria. A decisão foi tomada em assembleia realizada pouco depois das 12h e que durou mais de duas horas. A invasão aconteceu depois do anúncio feito pelo governador do Estado Geraldo Alckmin de que a Policia Militar passaria atuar dentro dos campi da universidade.A desocupação acontecerá apenas na segunda-feira (21), para que tenham tempo de efetuar a limpeza do prédio e também preparar um ato de desocupação. Foram 470 votos, sendo 159 pela manutenção da ocupação, 231 pela desocupação e 80 abstenções.Cerca de 300 estudantes se reuniram em uma sala do prédio da Engenharia Básica, ao lado do Instituto de Geociências. A assembleia começou com atraso de 20 minutos por conta da chuva, que também provocou a mudança do local da assembleia, marcada inicialmente na frente do prédio invadido. Mais uma vez, a imprensa foi impedida de acompanhar a reunião.  Representantes do movimento apresentaram as propostas da universidade definidas na última reunião, que durou mais de seis horas na sexta-feira (11) da semana passada com a administração. Os estudantes ainda reclamam de uma posição mais segura da universidade para garantir que não haja uma sindicância que apure e puna os responsáveis pela festa que ocorreu no dia 21 de setembro e na qual o estudante Denis Papa Casagrande foi morto com uma facada. A Unicamp já descartou definitivamente a presença Polícia Militar (PM) nos campi. Desde o começo desta semana, os alunos fizeram diversas reuniões nos institutos para discutirem a carta de negociação com a reitoria. “Tentamos fazer uma nova reunião de negociação hoje (terça-feira, 15) com representantes da reitoria. Mas eles se recusaram e alegaram que era necessário fazermos a nossa com os estudantes. Nós tentamos adiantar algumas coisas que ainda não ficaram claras antes de apresentar a todos. Entre elas está a responsabilidade da festa do dia 21 (em 21 de setembro, a Rádio Muda promoveu uma festa que culminou com a morte de Casagrande). Não queremos que ninguém seja punido pelo que aconteceu. Mas já avançamos em relação à PM no campus”, afirmou Carolina Filho, coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Imagens do dia da invasão e do seguinte: prédio amanheceu com janelas tampadas e cartazesA proposta de um convênio com a PM foi lançada pelo governador cinco dias após a morte do estudante em uma festa clandestina no Ciclo Básico. Em entrevista coletiva no dia 27, a pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, Teresa Atvars, chegou a anunciar que havia iniciado um planejamento junto a PM para oficializar como seria sua atuação no campus. Em entrevista exclusiva ao Correio, na última quinta-feira (10), o reitor José Tadeu Jorge contradisse o anúncio e ressaltou que não há convênio com a polícia, nem a necessidade de rondas na instituição. Ele afirmou que sempre manteve o diálogo com os estudantes. Com informações de Luciana Félix e Felipe Tonon/ AAN Veja também Assembleia começa com atraso; chuva muda local de reunião Mais uma vez, a imprensa foi impedida de acompanhar a votação dos estudantes Invasores decidem hoje se desocupam reitoria Após 13 dias, universitários têm assembleia para discutir temas debatidos com reitoria Unicamp cria comissão da verdade para apurar abusos Grupo investigará violações de direitos humanos contra professores, alunos e funcionários Segurança 'humanizada' é apontada como prioridade Após negativa da reitoria em permitir a PM no campus, comunidade busca novas alternativas Situação na Unicamp é tranquila, mas ocupação continua Para a Polícia Militar, Unicamp é mais um bairro Comandante diz que, se for acionada, polícia vai trabalhar no campus como no resto da cidade Unicamp e alunos sinalizam para fim da ocupação Reunião entre diretores e alunos para discutir a entrada da PM na universidade durou 6h Reitor critica invasão e quer PM em emergências Em entrevista exclusiva, José Tadeu Jorge diz que não há convênio com a polícia Justiça mantém prisão de suspeita de matar estudante da Unicamp Pedido de habeas corpus para Maria Tereza Peregrino foi negado pelo Tribunal de Justiça de SP Invasores decidem manter a ocupação na Unicamp Estudantes rejeitam a sindicância da festa clandestina e a apuração sobre a ocupação do prédio Funcionários e alunos divergem sobre ocupação Estudantes não querem sindicância da Unicamp para apurar responsáveis pela ocupação Ocupação na Unicamp já afeta serviços e pesquisas Nova assembleia para alunos decidirem se deixam o prédio está marcada para o meio-dia Funcionários fazem ato contra ocupação Reitoria foi ocupada na última quinta-feira, à noite, por universitários contrários a presença da PM Presença da PM na Unicamp será votada por alunos Conselho é composto por representantes da reitoria, dos professores e estudantes  

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