RIO DE JANEIRO

Estudante é derrubada e agredida em protesto

Grupo de policiais militares a atacou com golpes de cassetete, com socos e com chutes na cabeça

Agência Estado
28/08/2013 às 20:59.
Atualizado em 25/04/2022 às 21:58

A estudante de cinema Rani Messias Castro, de 19 anos, foi derrubada e agredida por um grupo de policiais militares com golpes de cassetete, socos e chutes na cabeça nesta quarta-feira (28) de madrugada, na Lapa, centro do Rio, no fim de mais um protesto contra o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) que havia começado na rua do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona Sul. Rani foi chamada de "vagabunda" por um dos policiais enquanto era espancada. Os PMs também empurraram e agrediram jornalistas que filmavam a cena para afastá-los do local. Vídeos divulgados nos canais do Youtube de Adrian Rojas e do jornal A Nova Democracia mostram a agressão. "É mulher!", grita um dos cinegrafistas. "Não atrapalha o trabalho da polícia", diz um PM. Um socorrista que acompanhava a manifestação também foi derrubado no chão por um PM. Rani, que está acampada com um grupo de manifestantes do Ocupa Cabral na Avenida Delfim Moreira no Leblon, zona sul, perto do prédio onde mora o governador, disse que filmava o protesto e negou ter atirado pedras, acusação feita por PMs. Ela ficou com o braço machucado e fez um registro de ocorrência apontando como um dos responsáveis pela agressão o PM identificado como Ramos. Rani afirmou que policiais atiravam contra manifestantes e que tentou se afastar do conflito. "Quando tentei atravessar a rua, do nada o policial Ramos me deu um mata-leão e disse que eu estava 'preso'. Vieram mais quatro PMs, que começaram a me dar chutes e cacetadas. Depois, perceberam que eu era mulher. Não taquei pedras em ninguém, a acusação é falsa." Em nota, a PM informou apenas que a Corregedoria Interna da corporação analisará as imagens e que, "caso fique comprovado que houve excessos, os policiais serão punidos". Destruição Antes do tumulto na Lapa, houve confronto entre PMs e manifestantes nas imediações do Palácio e uma série de depredações na Rua das Laranjeiras, que ficou tomada por lixo incendiado. Abrigos de ônibus, cinco agências bancárias e uma concessionária da Volkswagen foram depredadas por um grupo adepto da estratégia de manifestação black bloc. Moradores do bairro contrariados com a ação bateram boca com manifestantes. O confronto foi precedido por um tumulto no Largo do Machado, quando uma manifestante foi detida por estar sem documentos. Houve protesto e policiais lançaram bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar o grupo, que revidou com pedras. Uma jovem que passava pelo local foi atingida na testa por uma bala de borracha e atendida por socorristas num banco da praça. Um PM também ficou ferido na cabeça. Dez pessoas foram detidas e liberadas após assinar um termo circunstanciado. Cabral disse que "a polícia tem a orientação do secretário de Segurança para agir dentro do respeito à manifestação democrática". Ele acrescentou: "Não vamos tolerar o quebra-quebra".

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