Estiagem se aproxima e volume segue baixo

Falta um mês para o início o período oficial de estiagem e o Sistema Cantareira, que abastece 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e 3 milhões na região de Campinas ainda não conseguiu recuperar o volume morto dos reservatórios que começou a ser utilizado em 16 de maio de 2014. Nesta segunda-feira (30), o sistema operou com 18,9% da capacidade, utilizando a primeira cota da chamada reserva técnica, volume de água situado abaixo dos túneis que interligam as represas e que necessita de bombeamento para ser captado.   Gestores do sistema estimam que não haverá condições de zerar o volume morto até o início da estiagem — ficarão faltando, ainda 65 bilhões de litros. O volume morto é uma espécie de cheque especial que foi colocado à disposição para garantir o abastecimento da Grande São Paulo e evitar o racionamento de água. Foram dois cheques, um de 105 bilhões de litros que já foram consumidos e pagos com as chuvas de janeiro e fevereiro e outro de 182 bilhões de litros, que ainda estão sendo pagos.    Sem racionamento   Mesmo assim, o governo acredita que as duas regiões conseguirão passar o período da estiagem sem racionamento, mesmo operando dentro da cota da reserva técnica, embora especialistas em recursos hídricos achem temerário trabalhar nessa cota.   Quanto mais água for tirada do sistema, mais distante fica a possibilidade de recomposição dos reservatórios e a garantia de segurança hídrica futura. Após uma semana de estiagem, a chuva voltou a atingir a região do Sistema Cantareira e ajudou o principal manancial de São Paulo a alcançar sua 24ª alta consecutiva ontem, de acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).   O Cantareira operou nesta segunda-feira com 0,2 ponto porcentual a mais do que no dia anterior quando estava com 18,7%. Nas últimas 24 horas, a pluviometria na região do Cantareira foi de 16,4 milímetros.