Estado nunca teve tantos casamentos, diz Seade

Danilo e Julia planejaram o casamento durante um ano. Em novembro do ano passado, trocaram alianças e entraram para uma estatística histórica no estado de São Paulo: 2012 foi o ano que mais registrou matrimônios desde quando os números começaram a ser tabulados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em 2000.A evolução das taxas de nupcialidade tem sido crescente. Em 2000 foram registrados 189.488 casamentos, contra 271.318 em 2012. Em termos absolutos, o aumento foi de 43%, com 6,5 casamentos a cada mil habitantes.De acordo com a Fundação Seade, alguns fatores podem explicar o aumento, principalmente as legalizações das uniões consensuais incentivadas pelo Código Civil Brasileiro, renovado em 2002, e a promoção de casamentos coletivos, que reduzem os custos da cerimônia.Os números também derrubaram uma tradição: casar no mês de maio não é mais a escolha de muitos noivos. Os meses que concentraram o maior número de cerimônias no estado de São Paulo foram setembro, outubro, novembro e dezembro, com 41,8% do total de casamentos ocorridos em 2012. Dos quatro meses, dezembro é o líder, com 12,5%. Na outra ponta da tabela, o mês de agosto — que carrega algumas superstições — é o menos escolhido para as uniões legais, com apenas 6,2% dos matrimônios. Um dos mesesCom quase 10% das celebrações (25.689), setembro tem subido na preferência dos candidatos a subirem ao altar.O publicitário Danilo Canova Denardi, de 29 anos, e a jornalista Julia Ramos Teixeira, de 27, se casaram em novembro do ano passado, na cidade de Araras. Ela foi pedida em casamento em novembro do ano anterior e pediu para que a cerimônia ocorresse exatamente 12 meses depois. “A gente já se conhecia há dez anos, mas quando ele me pediu em casamento tínhamos apenas nove meses de namoro. Queríamos nos casar com o pôr-do-sol e no horário de verão”, contou Julia, que escolheu o dia 24 de novembro de 2012.Para ela, a ideia de se casar no mês das noivas é sinônimo de mais gastos. “Eu conversei com muitas noivas que também não iriam se casar em maio porque tudo é mais caro. Além disso, é um mês que começa a ficar mais frio.” A Fundação Seade confirma a tese de Julia. Maio deixou de ser destaque na preferência dos casais, e foi apenas o 5º mês mais procurado no ano passado.Os noivos também têm esperado um pouco mais para casar. Entre 2000 e 2012, a média de idade dos paulistas que decidiram se casar aumentou aproximadamente quatro anos — passando de 26 para 30 anos para as mulheres e de 29 para 32,7 anos para os homens.Também houve aumento no número de casamentos para pessoas de 25 a 44 anos, com destaque para as mulheres de 40 a 44 anos. Para os homens com mais de 45 anos, o número de casamentos dobrou em relação a 2000, sendo ainda maior para as mulheres nesta faixa etária, cujo acréscimo foi de duas vezes e meia. Além disso, percebeu-se que, em cada quatro casamentos realizados em 2012, um envolveu mulheres mais velhas do que seus maridos. Na terceira idade avaliada (60 anos e mais), também houve salto: de 147,6% entre os homens e de 182% entre as mulheres.Segundo a fundação autora do levantamento, as preferências por determinados meses obedecem à influência de fatores de ordem socioeconômica, religiosa e cultural. “A maior escolha por dezembro pode ser atribuída a importantes atrativos, como as tradicionais festa de fim de ano, as férias longas de verão e, principalmente, o recebimento do 13º salário, que ajuda nas despesas. Fundação confirma recorde em uniões legais em 2012; idade dos noivos também aumenta