Estacionar na rodoviária fica mais caro que na vizinhança

A Rodoviária de Campinas tem pelo menos três estacionamentos a menos de 100 metros de sua localização com preços mais baixos do que o estacionamento oficial. O Correio percorreu o entorno do Terminal Rodoviário Ramos de Azevedo e verificou que os comércios cobram de R$ 6,00 a R$ 7,00 pela primeira hora e de R$ 1,00 a R$ 3,00 pelas horas adicionais. Já a Socicam, empresa que administra o estacionamento da rodoviária, pede R$ 7,50 pelos primeiros 60 minutos e R$ 3,25 pelas horas seguintes. A diferença do valor da diária é ainda maior. A rodoviária cobra R$ 25,50 por 24 horas. Se o veículo ficar mais que um dia, é cobrado novamente os R$ 7,00 da primeira hora e R$ 3,00 das adicionais. Outros estacionamentos cobram de R$ 20,00 a R$ 30,00 se você for pegar o carro no outro dia, mas sem nenhum custo pelo tempo que extrapolar as 24 horas.O Correio publicou no dia 21 de maio informação sobre as queixas dos usuários em relação ao estacionamento. Em sondagem feita pela reportagem, eles reclamaram dos preços altos, da falta de segurança e estrutura precária do local. O serviço tem apenas cinco minutos de tolerância, que não são suficientes para que alguém chegue até o terminal, a 200 metros de distância, e consiga voltar a tempo. Cada carro paga R$ 4,25 por até 30 minutos e R$ 7,50 de 31 minutos até uma hora. O valor por quatro horas é quase o triplo do cobrado pelos três maiores shoppings da cidade: R$ 6,00 por até 12 horas de permanência. Além disso, não há cobertura até a entrada da rodoviária, e usuários sofrem para chegar ao terminal em dias de chuva e sol forte. A distância do estacionamento até a rodoviária é de 150 metros.No estacionamento Mafra, a menos de 80 metros da rodoviária, a primeira hora custa R$ 6,00 e a segunda hora R$ 7,00. Para deixar o carro das 6h às 22h, o valor é R$ 15,00. O local tem cobertura para os veículos. “Temos muitas pessoas que param aqui para viajar. Eles sabem que é mais seguro e barato”, disse o funcionário do local, que não quis se identificar. O engenheiro Maurício Alvarenga, de 44 anos, é um dos usuários do terminal que prefere deixar os carros no pátio alternativo. “Acho o estacionamento muito aberto, não tem segurança. Não vejo funcionários no local. Acho aqui mais seguro”, disse.No estacionamento coberto “Carlão”, a 100 metros do terminal, é cobrado R$ 7,00 pela primeira hora e R$ 1,00 pelas horas adicionais. Já a diária é R$ 20,00. “Ficamos aberto 24 horas. O cliente pode vir pegar o carro a hora que for que vai ter alguém no local”, disse Carlos Carvalho, proprietário do estacionamento.A Socicam foi procurada para se posicionar sobre os preços praticados no estacionamento, mas disse apenas que “qualquer alteração no projeto original do Terminal Rodoviário depende de aprovação do poder concedente, bem como de estudos técnicos para verificação de viabilidade”. Porém, não explicou como o poder concedente, no caso, a Prefeitura de Campinas, pode intervir em relação aos valores. Sobre a cobertura, a empresa informou que “orçamento com empresas especializadas já foi realizado e a proposta a ser apresentada à Prefeitura está sendo elaborada”.TáxisTaxistas da Rodoviária de Campinas afirmaram que ainda não se reuniram com a Socicam para resolver o problema da sinalização para organizar a fila de passageiros. Em reportagem publicada no dia 21, eles reclamaram que são impedidos pela empresa de instalar placas na saída do local. Motoristas entrevistados ontem disseram que ocorre confusão em relação a ordem de chegada dos clientes, principalmente nos horários de pico da rodoviária. Segundo eles, a Socicam teria proposto cobrar R$ 100,00 mensais de cada veículo para deslocar um funcionário para organizar a fila. Como a rodoviária tem 90 táxis cadastrados, o valor total por mês seria de R$ 9 mil.A Socicam negou que tenha pedido a taxa. A assessoria de imprensa da concessionária informou que está sendo acertada com os motoristas uma data para a reunião.