OPINIÃO DE ESPECIALISTA

Estabilizar dívida em 66% do PIB é 'piada de mau gosto'

Agência Brasil
23/07/2015 às 10:28.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:20
Ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman (  Cedoc/RAC)

Ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman ( Cedoc/RAC)

O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman afirma que a previsão do governo de estabilizar a dívida bruta em 66% do PIB a partir de 2016, tendo em vista as novas metas de superávit primário, é "uma piada de mau gosto". "Nós já estávamos céticos de que as antigas metas entregariam uma relação dívida bruta/PIB estável (estimamos que para isso seria preciso um superávit de mais de 3,5% do PIB em 2016). A menos que as taxas de juros sejam cortadas severamente, não há simplesmente jeito nenhum de entregar esse resultado", escreve ele em relatório enviado a clientes na noite de quarta-feira (22).Segundo Schwartsman, se o Banco Central de fato estava usando as antigas metas de superávit nas suas estimativas de inflação, será preciso atualizar os modelos usados. Para ele, se o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir reduzir o ritmo de aperto na reunião da próxima semana para alta de 0,25 ponto porcentual, "o que existe de credibilidade" será "corroído rapidamente". "Em resumo, embora o anúncio de novas metas fosse largamente esperado, minha visão é que isso será um alerta sobre as graves dificuldades no âmbito fiscal. Nada bom pode sair disso", escreve Schwartsman. Veja também Governo amplia corte no orçamento para R$ 79,4 bilhões A arrecadação abaixo das expectativas fez o governo federal ampliar em R$ 8,6 bilhões o bloqueio de despesas não obrigatórias

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