CONTENTE

Esta fascinante Marta

Antônio Contente
correiopontocom@rac.com.br
11/05/2015 às 05:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 14:08

Ora, amigos, quando se fala em Marta Suplicy, por que se preocupar apenas com sua saída do PT ou seu destino partidário nos próximos anos e pleitos, se temos, para admirar, uma exuberante mulher francamente fascinante? Não, nunca votei nela, pois a tietagem que curto me conduz a caminhos bem mais prazerosos de palmilhar do que essa história de ficar apertando botões de urnas eletrônicas. Acompanho o cintilar da senadora naquilo que ele tem de mais luminoso, algo que nem sequer passa perto das suas ações na tribuna da Câmara Alta. Lá já subiu alguma vez? Bom, isso não tem a menor importância...Marta, ao longo de sua vida, nos tem oferecido páginas que variam das explosões de vulcão às suavidades de pétalas nascidas no Jardim do Eden. Recordo apenas, a “vol de oiseaux”, suas performances num programa de TV d’antanho, a exalar conceitos que arrepiavam os cabelos dos quadrados e inundavam de euforias os avançadinhos. Lançada aos holofotes desta forma, nunca mais Marta deixou de trilhar os maravilhosos caminhos dos de mente aberta, lúcida, anticonvencional. É verdade que, ao resolver palmilhar os ínvios meandros da política, escolheu o partido do Lula e teve esta nefasta figura como mentor. Mas isso é passado, hoje ela está liberta, limpa, e, no auge da maturidade esplendorosa, já mandou o partido do ex-presidente para o lugar que tal sigla merece: o lixo.Eu poderia pinçar, na luminosa saga da exuberante senadora por São Paulo, muitos episódios para melhor emoldurar esta tietagem à qual suas ações me conduzem. Pra mim, porém, um cara movido a amor, talvez o momento mais marcante da vida da nossa personagem tenha sido o seu casamento com Felipe Warmus, mais conhecido pelo codinome Louis Favre. Isso pela simples e boa razão de que, tendo se apaixonado pelo cidadão, largou marido com quem viveu por 36 anos, filhos, a casa em que morava, arriscou arrasar sua vida pública e profissional etc., etc. Porém, levou o maduro, encanecido galã ao altar.Não, amigos, não falo porque me contaram, falo porque vi, com estes olhos que a terra não há de comer, a cerimônia do maravilhoso casamento. Isso faz tempo, idos de 2003, fui lá escrever reportagem para conhecida revista. Posso ser sincero? Nunca vi nada igual. O cenário era uma chácara cinematográfica em Itupeva, decorada como se festa fosse em Xanadu, a mansão de Charles Foster Kane, o cidadão da famosa fita de Orson Welles. A noiva vestia maravilhoso modelo Nina Ricci, e o noivo superbem cortado terno que da Itália veio com a assinatura exclusivíssima de Armani; os convidados, uns 400, se espalhavam sobre gramados tão verdes quanto os da linda campanha inglesa. O fundo musical, escolhido a dedo por Favre, espalhava pelo ambiente sons de Mozart, Bach e Vivaldi. Que, talvez, ao compô-los em dias d’outrora, tivessem caprichado, mais caso soubessem que no brasileiro século XXI seriam dedilhados em ambiente tão maravilhosamente propício aos sustenidos e bemóis das partituras que santificam o amor.Para não dizer que não havia nenhum toque brega na recepção, havia sim, embutido num dos casais escolhidos para padrinhos, o então presidente Lula e esposa. O resto era só a abastada elite d’olhos azuis que o PT tanto demoniza, porém lá, avidamente, procura chegar. E está aí o grande capo da sigla, atualmente um dos homens mais ricos do Brasil; ou, até, do mundo.Bom, após testemunhar tal festa, a figura de Marta, para mim, se cristalizou definitivamente no altar das imagens perfeitas. Que se ampliou, aliás, com toques que só aperfeiçoam à minha devoção. Um deles foi, logo após o himeneu, ter arranjado belo emprego para o recém-inaugurado marido. Com o empurrãozinho do padrinho Lula, Warmus, ou melhor, Favre, se viu como aspone de R$ 20.000 por mês; que, se continua a ser bom salário atualmente, imaginem no começo deste século.Agora, voltando ao princípio da história, aí estão as pessoas comentando, a mídia gastando tinta e papel, impulsos de magabytes etc., para saber qual o rumo que Marta tomará com sua saída do PT. Tomará, é claro, lugar no mais alto patamar da sua glória, ao se livrar da sigla maldita. Ela já tem até novo marido, o antigo foi devolvido aos tangos da Argentina ou às danças dos apaches, nos cabarés de Paris. Vida longa a Marta, esta sim, iluminação. E que Sampa volte para a regência da sua batuta e o comando do seu cetro. Ex-PT. Rainha!

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