Ginásio começou a receber os jovens para a inscrição na aguardada e tradicional peneira anual do Vôlei Renata (Divulgação)
Apreensão, concentração, expectativa e sonhos se misturavam em meio ao grupo de jovens que se reuniram ontem no Ginásio do Taquaral. Na quadra, a oportunidade de dar o primeiro passo rumo ao projeto de se tornar um jogador de vôlei profissional. Cada salto, cortada, recepção ou levantamento carregava a esperança de ver uma porta se abrir.
O ginásio começou a receber os jovens às 8h para a inscrição na aguardada e tradicional peneira anual do Vôlei Renata, voltada para os nascidos entre 2007 e 2010. Após a apresentação do documento, os garotos eram encaminhados para o teste. O objetivo foi selecionar jogadores para as categorias infantil (sub-17) e mirim (sub-15). Cerca de 15 profissionais do Vôlei Renata, entre treinadores das categorias de base, preparadores físicos e staff administrativo do projeto, se envolveram na seletiva de domingo (4).
“Consideramos a peneira um momento muito importante para o nosso projeto”, diz Giuliano Ribas, o Juba, assistente técnico da equipe adulta do Vôlei Renata e coordenador técnico das categorias de base. “Acreditamos que atletas oriundos da base, treinando dentro dos nossos conceitos, possam vir a compor nossa equipe principal em um período de médio a longo prazo. E, em outro cenário, poderá estar integrado no mercado do voleibol brasileiro.”
Neste ano, a inscrição para a categoria infanto-juvenil (sub-19) aconteceu de forma virtual. Foram 514 inscritos, que serão convocados para a realização de testes presenciais ainda neste mês de dezembro.
TRADIÇÃO
As peneiras do Vôlei Renata tiveram início em 2010 e cerca de 2,5 mil garotos já passaram por testes nesses 12 anos de projeto, contabiliza o clube. Dos jovens envolvidos nas categorias de base, um pouco mais de 50 se tornaram profissionais. Nomes como o do oposto Dani, um dos principais jogadores da França, do central Mateus Pinta, do Minas, e dos ponteiros Renan (Apan Blumenau) e João Rafael (Tours, da França), deram seus primeiros passos no Taquaral.
Os jovens selecionados recebem acompanhamento médico, nutricional, odontológico, escolar, fisioterápico, além de plano de saúde, moradia e auxílio-transporte. Hoje, dentro da equipe principal do Vôlei Renata, o central Samuel começou na base do clube. Nas últimas temporadas, o time adulto sempre contou com atletas que passaram por todas as categorias inferiores.
RESPEITO
Juba diz que o trabalho de revelação de atletas transcende os aspectos ligados à parte física e técnica do esporte. “Temos a missão de sempre formar com educação e ensinar a competir com respeito”, explica. “E se esses meninos, por algum motivo, não se tornarem jogadores, esperamos que possam seguir carreiras profissionais, usufruindo de todos os ensinamentos do esporte.”
O respeito pela individualidade de casa jovem é atributo fundamental para um bom revelador de talentos, diz Juba. “É necessário enxergar o potencial de cada atleta e entender que o processo de desenvolvimento varia muito entre as crianças. Assim, temos que saber aliar as nossas expectativas com aquilo que os atletas nos apresentam naquele momento.”
Um dos desafios dos treinadores durante as peneiras é lidar com a frustração daqueles que não foram aprovados. Nesse momento, o diálogo é o melhor caminho. “Buscamos sempre conversar, dar assistência, atenção e incentivar. Nosso papel é motivar as crianças a não desistirem e a se dedicarem mais para que novas oportunidades surjam”, encerra Juba.