Vanderlei Cordeiro de Lima ficou com o bronze na maratona na Olimpíada de 2004 depois de ser interceptado por um invasor que quase o tirou da prova (COB)
Ídolo do esporte brasileiro, Vanderlei Cordeiro de Lima reviveu neste final de semana um dos momentos mais emblemáticos do atletismo mundial. No último domingo, o atleta participou da Maratona de Atenas, na Grécia, no mesmo percurso onde garantiu a histórica e única medalha olímpica na modalidade para o Brasil até hoje. Por meio de uma parceria com uma marca de tênis, ele retornou ao cenário, onde correu novamente a prova e comemorou o feito, 19 anos depois.
Em 2004, Vanderlei liderava a maratona olímpica quando foi interceptado por um manifestante no km 36. Retornou à prova, foi ultrapassado por dois atletas e chegou ao Estádio Panathinaikos comemorando o bronze com o famoso “aviãozinho”, imagem que rodou o mundo. Por essa atitude, o maratonista recebeu a medalha Barão de Coubertin, honraria esportiva-humanitária concedida pelo Comitê Olímpico Internacional a quem demonstra elevado grau de esportividade e espírito olímpico durante as disputas.
AMIGO
O objetivo dessa vez não foi a performance atlética, mas Vanderlei reviveu toda a preparação feita com o seu treinador Ricardo D´Angelo. A parceria de trabalho e amizade que começou em 1992 segue rendendo frutos com o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima (IVCL), projeto que tem como objetivo educar através do esporte e atende gratuitamente 350 beneficiários dos 6 aos 18 anos, em Campinas. Além de treinador de Vanderlei, Ricardo é Head de Gestão e Performance do IVCL.
“Sempre foi uma vontade minha de voltar a correr a maratona de Atenas e poder reviver um pouco daquilo que foi minha história dentro do esporte”, afirma Vanderlei.
Para voltar a correr em Atenas, Vanderlei retomou a rotina de treino, incluindo alguns dias em Paipa, na Colômbia, a 2.525 metros de altitude. Além disso, o maratonista contou com o acompanhamento da equipe multidisciplinar do IVCL, a mesma estrutura oferecida aos jovens.
“A minha preparação foi específica para a maratona, mas respeitando a minha realidade, o meu momento. Conciliamos o volume e a intensidade de treinos com a realidade que vivo hoje, nada pensando em alta performance”, explica Vanderlei. “O meu compromisso foi comigo mesmo”, complementa o atleta.
Vanderlei é tema de documentário produzido pelo Comitê Olímpico Brasileiro (Divulgação)
DOCUMENTÁRIO
Recentemente, o ídolo brasileiro esteve no mesmo cenário da prova para gravar o documentário produzido pelo Comitê Olímpico Brasileiro “Vanderlei: Pernas, Cabeça e Coração”. O filme foi dirigido e roteirizado pelos jornalistas Terni Castro, Gabriel Baron e Diogo Venturelli e tem duração de pouco mais de 1h. A obra foi captada ao longo de 2023 em três fases: na cidade de Estrela do Oeste-PR (onde atleta nasceu e reside atualmente); na Grécia (passando por Atenas e lugares marcantes) e no Rio de Janeiro, onde Vanderlei acendeu a pira olímpica na cerimônia de abertura da Rio 2016. O documentário percorre todas as fases da carreira do ídolo, desde a infância no interior do Paraná até as três participações olímpicas em Atlanta (1996), Sydney (2000) e Atenas (2004).
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