A Virada esportiva inclusiva brasil irá acontecer entre os dias 5 a 8 de dezembro (Divulgação)
Um dos responsáveis pela tradição de Campinas em ser referência nacional no desenvolvimento do esporte paralímpico é o professor Luiz Marcelo Ribeiro da Luz. Há mais de 30 anos o educador físico trabalha na cidade com projetos esportivos de inclusão social, iniciação, formação e rendimento, todos direcionados às Pessoas com Deficiência (PcDs).
Integrante da Associação Paralímpica de Campinas (APC) e da Associação de Esportes Adaptados da cidade (Adeacamp), Da Luz coordena equipes de natação, atletismo, handebol, rugby em cadeira de rodas e bocha. Neste mês de setembro, ele esteve à frente do Festival Paralímpico, que no último dia 23 reuniu 220 crianças e adolescentes entre 8 e 18 anos de idade em experiências e vivências esportivas nas dependências do Campus I da PUCCampinas. Foi uma celebração em referência ao Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência (21/9) e ao Dia do Atleta Paralímpico (22/9) e que envolveu atividades em mais de 100 cidades do país coordenadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.
Nesta entrevista ao Esportes Já, Da Luz fala não somente sobre esse festival e de outros eventos programados para este ano que envolverão a participação de equipes de Campinas, mas também responde a alguns questionamentos ligados à arte de ensinar. Nas próximas linhas, ele coloca luz nos aspectos considerados essenciais no instigante trabalho de desenvolvimento da Pessoa com Deficiência em uma modalidade esportiva.
Esportes Já: Qual a importância do Festival Paralímpico, realizado no último dia 23? Da Luz: Crianças e adolescentes, entre 8 e 18 anos, com e sem deficiência, tiveram a oportunidade de experimentar e vivenciar práticas esportivas. O objetivo, além de massificar o esporte entre crianças e adolescentes, é valorizá-lo como ferramenta de inclusão social e potencializar as competências da Pessoa com Deficiência. Pela terceira vez Campinas realiza esse festival.
Em Campinas, o evento deverá ocorrer na PUC (Divulgação)
COMO FOI A REAÇÃO DOS PARTICIPANTES?
Foi possível ver no rosto deles a alegria, a sensação de descoberta e a satisfação de estarem incluídos, integrados, pertencidos.
Há outros eventos programados para este ano?
Por meio do Instituto Incentivar Esporte, acontecerá a Virada Esportiva Inclusiva Brasil, de 5 a 8 de dezembro. Em Campinas, provavelmente, o evento seja realizado na PUC. Além disso, o time de rugby da Adeacamp estará presente agora, em outubro, no Open International de Rugby em Silla de Ruedas, que acontecerá em Niterói. Em novembro, está agendado o meeting de atletismo em São Paulo e os Jogos Escolares no mesmo mês.
Levando em conta sua experiência, qual o segredo para direcionar a Pessoa com Deficiência dentro de uma modalidade esportiva, além do domínio do aspecto técnico?
Essa é uma pergunta que daria uma tese. Mas, em linhas gerais, o primeiro ponto é tentar entender a capacidade da pessoa. Isso significa desviar o olhar da sua limitação imposta pela deficiência e enxergar a sua competência que pode conduzi-la ao desenvolvimento. Outro ponto essencial é desenvolver a capacidade de escuta. É importante ouvir quais são as necessidades da pessoa. Por mais que tenhamos o domínio técnico, algumas adaptações estão ligadas à percepção do indivíduo em relação à modalidade que ele pratica. E essa percepção varia de acordo com a pessoa, mesmo que as deficiências sejam semelhantes.
Em Campinas, o evento deverá ocorrer na PUC (Divulgação)
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