FUTEBOL AMADOR

Uma nova liga para um novo tempo

Nova diretoria toma posse e promete medidas de impacto

Esportes Já
22/05/2023 às 09:47.
Atualizado em 22/05/2023 às 09:47
A viuva Irdival Frezzato, Valéria, recebe homenagem durante a posse da nova diretoria (Divulgação)

A viuva Irdival Frezzato, Valéria, recebe homenagem durante a posse da nova diretoria (Divulgação)

Nos últimas duas décadas, o futebol de Campinas conviveu com uma crise administrativa, financeira e técnica que parece infinita. Ao mesmo tempo, o principal celeiro de talentos, o futebol amador, também entrou em curto circuito e foi atingido pelas consequências da pandemia da Covid-19. E é para construir um novo período de prosperidade e credibilidade que a Liga Campineira de Futebol empossou na última quarta-feira, dia 17 de maio, a sua nova diretoria.

O novo presidente, Jerônimo Tognolo Neto, prometeu dedicação para colocar a instituição em novo patamar. “Com a pandemia, a Liga perdeu sua força e representatividade, mas agora a nossa missão é trazer de volta os dias de glória da entidade”, disse o novo presidente da entidade. Segundo ele, uma das prioridades será a reforma da sede, localizada próxima ao Hospital Municipal Mário Gatti. Mas existem outras tarefas a serem executadas. “Estamos preparando um campeonato feminino para 2024”, disse o dirigente.

Para comprovar que a entidade vai tentar reconstruir os laços com o futebol campineiro, a nova diretoria tem componentes ligados ao futebol profissional. O novo presidente, Jerônimo Tognolo Neto, é primeiro vice-presidente da Ponte Preta. O primeiro vice-presidente é Marco Ribeiro, que atua no futebol profissional da Macaca. O triunvirato é completado por César Augusto Ferreira, o Cesinha. A cerimônia contou com a presença do presidente da Ponte Preta, Marco Antonio Eberlin, e do componente do Conselho de Administração do Guarani, Rubens Vicente Junior. O novo CEO da agremiação bugrina, Ricardo Moisés, também esteve presente. Entre as autoridades, a cerimônia teve a presença do vice-prefeito, Wanderlei de Almeida, o Wandão, e do vereador Permínio Monteiro (PSB). O secretário municipal de Esportes, Fernando Vanin, também marcou presença.

O presidente pontepretano Marco Eberlin, cujo os primeiros passos foram dados no futebol amador, recordou o protagonismo da entidade em momentos emblemáticos, seja na revelação de jogadores para Seleção Brasileira ou na formação de times históricos, como o Gazeta, que era comandado pelo ex-presidente da Alvinegra, Pedro Antonio Chaib. “Espero que esse novo momento da Liga consiga trazer de volta a parte romântica do futebol campineiro. A liga é a mais antiga entidade esportiva da cidade de Campinas. Aqui desfilaram craques que chegaram à Seleção Brasileira. Eu tenho a carteirinha do Luis Fabiano, que disputou o campeonato da Liga”, afirmou o presidente pontepretano. Com passagens por Ponte Preta, São Paulo, Vasco e Sevilla, Luis Fabiano disputou a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Ele atuou pelo Alvorecer antes de jogar na alvinegra campineira. Outros exemplos de jogadores bem sucedidos citados por Eberlin foram Sabará, que atuou na década de 1950 e Jean Carlos Macedo, revelado pelo Alvorecer e com passagens na Ponte Preta, São Paulo, São Caetano e Internacional (RS). “Aqui foi celeiro de atletas, dirigentes e arbitragem. Espero que a Liga possa retornar aos áureos tempos”, completou Eberlin, que no passado ocupou os cargos de Diretor Técnico e vicepresidente da entidade.

Como representante do Guarani, o vice-presidente Rubens Vicente Junior também mostrou otimismo pelos novos tempos que estão por vir e demonstrou uma memória afetiva pela entidade. “Desde criança eu tenho a liga como referência do futebol de Campinas. O trabalho feito pela Liga é grandioso”, disse o dirigente bugrino, que ainda colocou à disposição da Liga a estrutura do Brinco de Ouro para realização de eventos.

Além de receber e o apoio dos dois integrantes da Série B do Campeonato Brasileiro, a nova diretoria da Liga Campineira de Campinas recebeu a chancela do diretor de competições da Federação Paulista de Futebol, Fábio Moraes. “Neste ano aumentamos o investimento nas competições de Ligas Amadoras. No ano passado conseguimos ofertar o valor do transporte. Precisamos aumentar a proximidade com vocês (Liga Campineira)”, disse o dirigente. Durante a cerimônia, o ex-presidente da Liga Campineira de Futebol, Marco Antônio Abi Chedid anunciou que será realizado um movimento para que a Liga Campineira seja filiada à Federação Paulista de Futebol.

Em relação aos outros cargos da nova diretoria, o Conselho Fiscal titular será integrado por Elaine Aparecida Fahl, Alessandra Lopes de Oliveira Santos e Carla Roberta Antonioli. O suplente será Rodrigo Fortunato Costa Pereira. O Diretor Técnico de Arbitragem ficará sob o comando de João Antônio Fernandes.

HOMENAGENS MARCAM CERIMÔNIA 

Durante a posse dos novos dirigentes da Liga Campineira de Futebol, uma série de homenagens foram realizadas. A família de Irdival Frezzato, que faleceu em 2021, foi reverenciada na cerimônia que contou com aproximadamente 300 pessoas na sede da Liga Campineiro de Futebol. Outro que recebeu deferência e homenagens foi o ex-presidente da Liga, Marco Antonio Chedid, que no futebol profissional foi mandatário de Bragantino, Ponte Preta e Novorizontino. Chedid presidiu a Liga de 1981 a 1990.

Chedid tem passagens como dirigente na Fifa e na Confederação Brasileira de Futebol. Mesmo assim, em seu pronunciamento, o empresário deixou claro que nunca tirou a Liga de seu radar. “Nós chegamos a ter 320 clubes amadores em campeonatos. E eu passava em frente ao prédio e pensava em como estaria a entidade. O momento agora é de gratidão ao futebol amador. O trabalho que vocês fazem é muito importante para nossa sociedade”, afirmou Chedid. “Quero ajudar e estou à disposição”, completou.

Para ratificar as dificuldades vividas, Chedid relembrou um acordo feito com uma cervejaria e que viabilizou a quitação das taxas e que, mais tarde, foi o alicerce para arregimentar recursos para construir a sede própria da entidade. “Cada clube até sexta-feira tinha que trazer 300 tampinhas de cerveja. E funcionou muito no primeiro ano. E depois fizemos outras coisas”, disse Chedid, que estipulou uma missão aos novos dirigentes. “Vocês têm a obrigação de fazer um futebol feliz e para todos. O trabalho social é importante para a formação do homem de amanhã”, arrematou.

Marco Antonio Abi Chedid se comprometeu a lutar pela filiação da Liga Campineira junto a Federação Paulista de Futebol (Divulgação)

Marco Antonio Abi Chedid se comprometeu a lutar pela filiação da Liga Campineira junto a Federação Paulista de Futebol (Divulgação)

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